sábado, dezembro 23, 2006

AINDA PRECISAMOS DE JESUS?



“625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?
R. “Jesus.”
(Questão 625, do Livro dos Espíritos)


Apesar do vertiginoso avanço tecnológico, não temos conseguido ser mais felizes que nossos antepassados. Facilidades, futilidades e utilidades sim. Nem por isso somos mais felizes. Já não se anda descalço, se senta à porta, nem se faz casas de muros baixos, já não se respira ar puro, não se come alimentos frescos, não se nada em praias imaculadas. Na medida que a medicina avança, nos sentimos mais doentes e viciados em remédios, muitos dos quais são inócuos a vírus super-resistentes, mutantes. Doenças dadas como erradicadas, agora estão voltando e o risco de guerra bacteriológica não está afastado. Apesar das diversões e descanso, cada vez estamos mais cansados e sobrecarregados. Apesar dos planos de final de ano, cada vez menos metas são alcançadas e um monte de coisa se inicia sem se acabar. Compromissos são marcados e não são cumpridos. O progresso em tantas áreas, não nos garantiu uma convivência melhor. As guerras e as guerrilhas se espalham. Cada vez menos conversamos. Agora tudo é por e-mail ou mensagens. Já não se faz visita a amigos e, no próprio lar, a família só se encontra, no intervalo comercial da TV, às pressas na cozinha. Estamos mais sozinhos, apesar de rodeados de pessoas. A Internet que serve para aliviar a solidão e ampliar o conhecimento, serve também para espalhar e fomentar o preconceito, o racismo, a violência, a promiscuidade, a invasão da vida pessoal, as novas modalidades de crimes, a que preço? Não há senhas invioláveis, privacidade indevassável ou paz duradoura. No trânsito há uma guerra declarada, com direito a decalques agressivos nos carros. Cortes letais, freios bruscos, gestos grosseiros e esperteza fazem parte do cotidiano de nossas ruas. A cultura da deslealdade, da intolerância na convivência, do consumismo sexual e dos interesses escusos tem feito prosperar a indústria do divórcio, do aborto casual, das doenças sexualmente transmissíveis, das mães solteiras, da prostituição da classe média, dos filhos que não conhecem seus pais, dos pais que não reconhecem seus filhos, das mães que usam crianças para chantagear ex-maridos. E nisso tudo, a família – instituição que nos diferencia dos outros animais – tem se tornado apenas um amontoado de pessoas que não se suportam. A cada vez menos lares e mais casas. Ainda se paga para que o garçom sirva melhor, mesmo que em detrimento de outros convidados. Ainda se paga propina para que o guarda não registre o transporte irregular de crianças, a direção alcoolizada, a contramão, o estacionamento na calçada, o avanço ao sinal vermelho ou para se apagar a multa. Não, a corrupção não está apenas no alto escalão político, dói constatar que é uma endemia mundial, que exige o preço de muitas vidas, notadamente dos mais pobres que seriam beneficiados com dinheiro público desviado. Aliás, a pobreza avança. São mais de 800 milhões de pessoas que passam fome no planeta e, na contramão desta tragédia, cresce a incidência de doenças ligadas a distúrbios alimentares, como a obesidade, anorexia e bulimia. As periferias crescem numa velocidade seis vezes mais rápida que os centros urbanos. Muitos são os latifúndios, não maiores que os sem lar. Não obstante isso, quem tem posses – não raro e guardadas honrosas exceções - desperdiça, abusa, esnoba. Ainda prevalece a cultura do achado não é roubado, do fazer escondido e do negar até morrer. Apenas a vingança fria foi revogada. Agora o troco é na hora, imediato, servido quente. Afinal, ser honesto, hoje, é ser “otário”. Sob o argumento de que o custo, o lucro ou o ônus é exagerado, programas de computador são copiados, sem a devida permissão. Ainda se sonegam impostos, se declaram dependentes inexistentes, compram-se DVD’s, CD’s piratas, fazem-se gatos para desviar energia e água, falsificam-se documentos para ter acesso gratuito ou mais barato no teatro, no cinema, no campo de futebol, em transportes coletivos ou para se obter aposentadorias, pensões e benefícios indevidos. Ainda sob o mesmo argumento, compram-se objetos roubados para repor o seu próprio que foi roubado. O que está valendo é a máxima: faço porque todo mundo faz. Depois, quando surgem leis exigindo mais documentos, mais burocracias, mais impostos para o exercício de algum direito, logo os mesmos que praticam tais condutas se apressam a criticar acidamente o Estado, como se eles não tivessem nada haver com as causas dessas mazelas. Já não se criam músicas de duplo sentido. Tudo é explicito. Cantam-se apologias ao crime e à decadência moral com a mesma alegria inocente que se cantam bobagens inofensivas. Estes são os ídolos que adoramos. Aliás, já não há qualquer inibição em declarar publicamente que se faz isto ou aquilo, porque estas declarações, não raro, são seguidas de novas confissões de outros ou risadas acumpliciadas com tal estado de coisas. Já se foi o tempo que lobos precisavam de peles de cordeiros. Constrangidos – veja-se que ironia – estão os que não fazem, os que tentam ser honestos, ter bom senso e coerência, os “otários”. Atualmente, os autores de novela estão tendo de dar grande espaço aos vilões, ser mocinho é démodé. A versão americana de herói exige muitas trapaças, balas, explosões e mortes. Alguém desconfia por que tantos jovens se espelham em criminosos perigosos? Cada vez mais se vê pais gargalhando com os primeiros, segundos e centésimos palavrões dos filhinhos, os mesmos que são incentivados a não trazerem desaforos para casa. Atualmente, temos de andar alertas. Olhar desavisado, falar algo dúbio, esbarrar noutrem ou simplesmente ter alguém que não simpatiza conosco, pode render um ou muitos socos e pontapés, como que tivéssemos acabado de abandonar as cavernas. Aliás, brigas atraem atenção das massas, mas se alguém cai na rua, há mais gente para gargalhar que para ajudar. Mata-se por nada, banalmente, talvez porque temos desvalorizado tanto a vida e o seu sentido sagrado. Aliás, matar agora dá status e até medalhas. Bala perdida já é tão comum que não vende mais jornal. Agora estamos na era dos crimes cibernéticos, hediondos, dos horrores coletivos, das mutilações chocantes, dos filhos que matam pais, dos homens, mulheres, avós e crianças bomba. Ainda no século da física quântica, da biotecnologia, das viagens à Marte, dos arranha-céus gigantescos, da nanotecnologia, do genoma humano, cresce o trabalho escravo, o suicídio, o tráfico de órgãos, a exploração sexual em cativeiro, o roubo, a prostituição e a drogadição de crianças, que na primeira infância exigem celulares modernos e na pré-adolescência a liberdade total. Bate-se em mulheres como nunca se bateu e crianças são exploradas como domésticas, em condições deploráveis. Velhos são maltratados em casa, nos ônibus, nas ruas e nas repartições públicas. Cresce a pedofilia, os maltratos a infantes e os adolescentes infratores, algo mais perversos e desamparados. Enquanto isso, livros bons vendem pouco, mas proliferam as revistas e sites de fofocas e para espiar e mal dizer a vida alheia. Na grande mídia, a pauta é ditada pelo interesse político e econômico e o que garante os grandes índices de audiência são os shows de bobagens, o sensacionalismo barato e as notícias ruins. Programa educativo ninguém vê, nem ouve e nem quer ouvir falar. Usa-se como desculpa para não doar para instituições de caridade o desconhecimento da aplicação dos recursos, cuidado este que não é usado para se escolher onde comer, dançar ou comprar futilidades. Os verdadeiros heróis continuam anônimos, mas qualquer modismo passageiro faz heróis nacionais, quiçá mundiais, descartáveis tão logo surja outro modismo. Sem pudor, ainda se joga lixo nas ruas, nos rios, nas praias, em qualquer lugar. Não procure um culpado. Ninguém assume responsabilidades e muito menos “culpa”, mas procure saber quem é o bonzão, muitos se acham. Para visitar uma creche, um asilo ou fazer parte de um trabalho social sempre falta tempo, o mesmo que não falta para tantas coisas sem significado, ocas e efêmeras em si mesmas. Fala-se muito do que não se sabe e calados ficamos quando deveríamos falar. Confunde-se beleza com corpo. Antes se confundíssemos feiúra com indiferença, egoísmo e orgulho. Seria mais exato. Quer-se vencer na vida, mas pela lei do menor esforço, da renúncia zero, do vale-tudo. Amizade hoje tem ganhado a conotação de conivência. As regras mais elementares de boa convivência foram esquecidas. Já não se diz bom dia (que o diga o elevador), obrigado e com licença. Desculpa é uma palavra a beira do desuso. Perdão, para alguns e em tempo breve, existirá apenas como registro arqueológico. Criou-se uma técnica toda especial para fingir que nunca existiu o que existe. Já não se dá retorno a e-mails, nem a telefonemas e tampouco a gentilezas. Devolver o que pegou emprestado então nem pensar. A onda agora é ser subversivo, tosco e aproveitador. Ser do contra apenas para não ser a favor. Alguns começam furando filas de banco para no futuro furarem filas para transplantes de órgãos. Nossos cientistas criticam a religião, mas exigem fé cega nas explicações mais absurdas. E por falar em fé, esta se tornou interesseira, só se ora para pedir, pedir e pedir, quase sempre em benefício próprio. A indústria farmacêutica investe mais em marketing do que em pesquisa. No esporte, os resultados são manipulados. Na educação, os professores não se preparam para ensinar o que não está em livros e os alunos ameaçam cada vez mais agressivamente seus mestres. Já não se pensa em ser mais e sim em ter mais. Muitos vivem de aparências, comprando o que não precisam e esnobando o que não podem pagar a custo do trabalho e da falência dos outros. Esse é nosso mundo. Agimos como se nossas ações não repercutissem na eternidade. E assim erramos e nos habituamos a repetir, anos a fora, atitudes que reconhecemos equivocadas. Mais que isso, quando a oportunidade para refletir e mudar surge, logo se finge que não é consigo, que isto ou aquilo serviria para o amigo, a esposa, o colega de trabalho, não para si próprio ou, pior, saímos com a velha e paralítica desculpa: sou assim e pronto.
Estamos com medo de sair de casa, desconfiados uns com os outros, receosos de amar.
Estamos reticentes em fazer o que deve ser feito, sobressaltados com nosso futuro e de nossos filhos, descrentes.
Estamos sem referência do bem e do mal.
Jesus é a referência. É o caminho, a verdade, a vida.
Não escrevo este texto na condição de ser angelical, de espírito superior, moralizador ou, de outro lado, como pessimista. Longe, muito longe disso. Escrevo para mim também. Poderia simplesmente desejar feliz natal e próspero ano novo, mas prefiro cutucar nossas feridas para não esquecermos que elas existem em nós, porque acredito que podemos sim melhorar o mundo, melhorando como pessoa. Ele não precisa ser como está. Nem nós.
O Cristo veio e deixou um roteiro seguro que é o Evangelho, conhecedor de nossa ignorância e indigência espiritual.
Sim. Ainda precisamos de Jesus.
Precisamos de seu amor, da esperança ativa de dias melhores.
Vinde a mim, disse o Rabi.
O convite ainda é atual e se renova a cada dia, ecoa em cada Natal.


















quinta-feira, dezembro 21, 2006

O HOMEM DE BEM

“O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.
Tem fé no futuro, razão por que coloca os bem espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
O homem de bem é do bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.
Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.
Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.
Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.
É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: “Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecados.”
Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.
Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.
Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.
O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. (Cap. XVII, n. 9)
Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.
Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.”

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 3)

segunda-feira, dezembro 11, 2006

RADAR






NOVOS TEMPOS


Esteve em Belém, o Presidente da Federação Espírita Brasileira – FEB, Nestor Mazotti. Homem sóbrio, inteligente e de largas experiências no Movimento Espírita nacional e mundial. Fez no dia 1º de dezembro palestra sobre a importância do Livro Espírita para Humanidade, ocasião na qual ofertou belo panorama do momento evolutivo pelo qual passamos o que a espiritualidade espera de cada um de nós. No dia 2, conversou com os trabalhadores espíritas sobre temas atuais e no dia 03 viajou para conhecer Centros Espíritas no interior do Estado.



FEIRA DO LIVRO ESPÍRITA


Foi realizada com grande sucesso a XVII Feira do Livro Espírita de Belém, na Praça da República. A Feira contou com a presença do Presidente da FEB, Nestor Mazotti e durou de 02 a 10 de dezembro, com grande público, diversas novidades editoriais e preços baixos.



150 ANOS DE DOUTRINA ESPÍRITA


A Federação Espírita Brasileira (FEB) lançou uma edição especial de O Livro dos Espíritos, com nova tradução e notas de rodapé inéditas para dar início às comemorações dos 150 anos da Doutrina Espírita. O Livro dos Espíritos – o marco inicial do Espiritismo – foi lançado por Allan Kardec no dia 18 de abril de 1857, em Paris, França. Até hoje, a FEB publicava apenas a tradução de O Livro dos Espíritos feita pelo seu ex-presidente, Guillon Ribeiro. A nova tradução de O Livro dos Espíritos é assinada por Evandro Noleto. Secretário-Geral da FEB, ele já traduziu os doze volumes da Revista Espírita editados por Allan Kardec, Viagem Espírita em 1862, O Espiritismo na sua Expressão Mais Simples, Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas e Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita. Mais informações sobre a nova edição em
www.febnet.org.br





POR UM MUNDO MELHOR




Aconteceu neste último final de semana o Fórum Espiritual Mundial, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF), encerrado dia 10 de dezembro. Dezoito painéis, dez conferências e dezenas de oficinas, vivências e shows ligados à espiritualidade uniram adeptos de várias religiões e crenças, como forma de valorizar a diversidade no caminho de uma solidariedade planetária e de dinamizar a construção de um mundo melhor. Durante o Fórum ocorreu a exposição “Chico Xavier: Um Homem Chamado Amor”, composta de objetos que pertenceram ao médium mineiro, fotos inéditas, cartas psicografadas originais, livros e documentos históricos, vídeos e obras de arte. O material exposto foi cedido pela Fundação Chico Xavier, pelo Centro Espírita Luís Gonzaga e pela FEB. Durante a exposição foram exibidos documentários produzidos pela Assessoria de Comunicação da FEB, o programa de TV "Pinga Fogo 1971", da antiga TV Tupi e uma entrevista de Chico Xavier ao Programa da Hebe Camargo.
Afinal, Chico é um ícone de um mundo efetivamente melhor.

terça-feira, dezembro 05, 2006

DIA INTERNACIONAL DO VOLUNTARIADO

Todos querem ser felizes. Isto é fato.
Esperamos do universo que ele conspire em prol de nossos sonhos.
Oramos a Deus, dirigindo-lhe pedidos de bênçãos diversas.
Criamos um mundo próprio, de necessidades e projetos pessoais.
Chega hora, contudo, que a infelicidade bate nossa porta.
Desprevenidos, muitos são os que caem.
É do chão, do piso do poço, que só então muitos percebem irmãos em sofrimento.
Eles são milhares e ostentam problemas que nos sensibilizam.
É daí que erguemos os gritos de revolta, as palavras de ordem, os discursos inflamados.
É daí que surgem os protestos, as convulsões sociais, as mudanças cotidianas.
É no seio dessas refregas que os governos são culpados, que este ou aquele deveria ter feito isso ou aquilo, que tal ou tal idéia é hostilizada.
Isso acontece há séculos.
Poucos, ainda são, os que superam o palavrório e o surto opiniático e saem do seu mundo pessoal para colocarem mãos na massa. Ação!
No dia do voluntário, cumpre homenagear todos aqueles que já cumprem o preceito cristico da fé atuante, confirmado por milhares de vozes do espaço que cruzam as fronteiras da morte para exortar-nos ao trabalho edificante: é a caridade que nos salva, é pelo amor ao próximo que evoluímos, é pelo trabalho desinteressado que receberemos as mais preciosas bênçãos.
Feliz daquele que já compreendeu que investir algumas horas em prol de uma boa causa é mais que bondade, é sabedoria.
Que o médico consulte de graça.
Que o advogado oriente o pobre.
Que a costureira ensine sua arte.
Que o palhaço faça um órfão sorrir.
Que a dançarina baile com um cego.
Que o empresário invista no talento desconhecido.
Que o artesão modele uma esperança.
Que o professor ensine os que ignoram o futuro.
Que o estudante divida os livros.
Que o jovem doe sua energia.
Que o velho partilhe sua experiência.
Que o tímido aprenda abraçar.
Que o extrovertido oferte o riso.
Que o egoísta aprenda que existe algo mais que seu próprio interesse.
Viva o trabalho voluntário, força motriz da caridade cristã.