terça-feira, dezembro 25, 2007

CENAS DO NATAL

"Deixai vir a mim as criancinhas, e não as impeçais; porque o reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham. Eu vos digo em verdade, todo aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entrará."(Marcos, cap. X, 13-16)


Gosto de ver o Natal por cenas.
Algumas sempre lembro nesta época.
Intelectuais atacando a caridade e fazendo marketing de responsabilidade social.
Materialistas se esforçando para demonstrar um certo desprezo pelo nascimento de Jesus.
Consumidores correndo com sacolas e impaciência.
Comerciantes reclamando dos lucros.
Empregados, sugados, reclamando dos comerciantes.
Motoristas endiabrados.
Bêbados comemorando não sabem bem o que.
Programas festivos na TV.
Religiosos criticando o consumismo e o Papai Noel.
Papai Noel dando duro para ganhar um trocadinho extra com horas desgastantes de reiterados abraços e ho, ho, ho, sempre de sorriso no rosto suado, mesmo quando as crianças fazem o teste da barba com seus puxões.
Crianças ansiosas pela noite de Natal.
Tudo isso se repete sempre, ano após ano.
Neste que se vai, uma cena marcou, mais do que as outras.
A voz embargada e o olhar marejado de um velho amigo de bons combates.
Voluntário dedicado, vivido, com muitas e diversas experiências na bagagem.
Na visita a um hospital público, o guerreiro não conseguiu disfarçar a emoção.
Falastrão, gozador, extrovertido, ficou calado, absorto e consumido pela emoção que proporcionava às crianças e da qual se viu dominado.
A singela festa foi em homenagem ao Cristo e ele foi o assunto das prédicas e orações.
Mas não dispensamos o Papai Noel, pelo seu simbolismo às crianças.
Até o meio da tarde não tínhamos conseguido a roupa do bom velhinho.
Conseguimos, a muito custo, uma que tinha sido usada o dia todo.
Estava suada, fedida, desconfortavelmente quente.
O amigo não titubeou, meteu-se nela e por trás da barba adaptada não deixou de estampar um sorriso meigo.
As crianças internadas no hospital fizeram fila para abraçá-lo.
Algumas tiveram de ser amparadas por seus pais, outras caminhavam segurando suas sondas, muitas – vítimas de escalpelamento - tinham a cabeça enfaixada, o rosto muito machucado, mas todas exibiam um sorriso puro, pleno, que já não se vê em muitas crianças saudáveis, cheias de brinquedos e mimos.
Encontramos um lugar triste, deixamos felicidade.
Noite feliz, como exige a tradição.
Valeu amigo.
Isso sim é Natal.

sexta-feira, novembro 30, 2007

RADAR




XVIII FEIRA DO LIVRO ESPÍRITA DO PARÁ


Começa no próximo sábado a XVIII Feira do Livro Espírita.
Novamente se realizará na Praça da República.
Trata-se de excelente oportunidade de conferir as novidades do mercado editorial, de comprar em preços promocionais e de dar ótimos presentes de Natal.
A feira acaba no dia 09 (domingo).


FILME BEZERRA DE MENEZES


Em breve estará na telona o filme sobre a vida do médico Bezerra de Menezes, dirigido por Glauber Filho.
Destaque para os atores Carlos Vereza e Caio Blat.
O filme conta a bela história de uma dos personagens mais respeitáveis do movimento espírita, Dr. Bezerra de Menezes, que tem devotos mesmo entre irmãos de outras crenças.
Imperdível programação cultural.


1 ANO DE MARCELA, A BEBÊ DA VIDA


Contrariando o prognóstico da medicina materialista, Marcela de Jesus Ferreira, o bebê que sofre de anencefalia, completou no dia 19.11.2007 um ano de vida, para o mal-estar dos que defendem que a matéria é tudo e que bebês como Marcelinha deveriam ser abortados.
Ela deveria ter morrido algumas horas depois do nascimento, mas insiste em viver e em expandir o amor em sua mãe e nos milhares de admiradores que acompanham sua hercúlea missão. Não foi sem razão que recebeu tantos presentes e homenagens.
Marcela tem se alimentado bem e tem demonstrado ótima audição.
Já se tentou, inclusive, alegar que não se tratava de anencefalia, o que foi descartado por exames minuciosos.
Parabéns para Marcela e sua família, vocês representam luz ante o avanço das trevas do materialismo. Afinal, você está honrando o seu sobrenome: Jesus.

11 ANOS DE SOCIEDADE ALTERNATIVA
Completou aniversário no dia 30 de novembro a Sociedade Alternativa.
ONG amada, onde a caridade é praticada discretamente por abnegados voluntários.
Foge dos holofotes, mas não das lutas por um mundo melhor.
Sementes lançadas já dão bons frutos.
Parabéns a todos que são uma alternativa à sociedade.


AMOR E CARIDADE

O Centro Espírita Amor e Caridade fechará suas atividades de 2007 no dia 23 de dezembro, em Marituba. Haverá programação para cerca de 400 crianças e para 200 adultos.
Serão distribuídos brinquedos e cestas básicas.
A organização ainda está recebendo doações.
Quem tiver interesse em ajudar a fazer um Natal mais solidário, entrar em contato pelo telefone 91-96072021 com o Sr. Rocha.


ENCONTRO DE TRABALHADORES


O 5º Conselho Regional Espírita estará se reunindo no próximo dia 02.11.2007, no CELUZ.
O tema será: “Os trabalhadores da Última Hora”.
Ótima oportunidade de revigorar a motivação.



POR UM MUNDO MELHOR



PESQUISA SOBRE CÉLULAS TRONCO


O mundo comemorou outra grande descoberta da equipe liderada pelo americano James Thomson: a reprogramação de células da pele para se comportarem como embrionárias.
Pode ser o passo decisivo para superar as discussões éticas sobre o uso de células tronco e, na prática, evitar que embriões sejam usados para pesquisas científicas.
Detalhe: há 9 anos atrás o mesmo James Thomson foi o pioneiro em usar os embriões para coleta das células tronco.



CURIOSIDADE


O governo chinês, que é comunista e ateu, proibiu o Dalai-Lama, chefe político do Tibet e espiritual do Budismo, de reencarnar em solo chinês sem a devida e prévia autorização do governo chinês, ressalte-se: ateu.
Será que Deus corre o risco de ser preso por desobediência?

quinta-feira, novembro 15, 2007

NÍVEIS DE CARIDADE

“Toda moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, quer dizer, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho.”
(Item 3, do capítulo XV, do Evangelho Segundo o Espiritismo)




Certa vez, São Vicente de Paula estava na rua próxima a seu trabalho social quando percebeu que a carruagem real se aproximava e estava manobrando para estacionar. Era uma oportunidade impar de tentar um socorro às inúmeras dificuldades que encontrava de amparar seus irmãos em sofrimento. Apressou-se e, com muito custo, conseguiu vencer a isolamento da guarda real para dirigir a palavra ao príncipe:
- Príncipe, que podes dar para meus pobres mendigos? Falou-lhe cheio de esperança, estendendo-lhe a mão aberta, fundeada por um sorriso doce.
O príncipe olhou-o enojado pela insolência da abordagem intempestiva e, com asno, cuspiu-lhe na mão estendida para humilhá-lo e o fazer desistir do pleito inconveniente.
Espírito altaneiro, São Vicente fechou a mão, recolheu-a tranquilamente e estendeu a outra, novamente aberta, sem demitir o sorriso fraternal, e encarando-o falou-lhe:
- Isto é o que eu mereço. Mas diga-me honrado príncipe, que podes dar para meus pobres mendigos?
Golpeado pela atitude magnânima de humildade, o príncipe sentiu fugir-lhe o sangue e constrangido, reconheceu naquele ser miserável um rico de espírito. Dali em diante, passou a ser o maior colaborador da bela obra de São Vicente de Paula.
Temos no relato acima, um exemplo paradigmático de um homem que soube calar seu ego para viabilizar a caridade.
Quantos de nós teríamos feito o que São Vicente fez ou, noutra dicção, quantos de nós não teríamos revidado a agressão, quiçá de forma mais hostil?
Ampliando a reflexão, podemos também perguntar: quantos de nós se propomos encarar dificuldades para fazer a caridade?
Superficialmente, a maioria das pessoas se propõe a fazer o bem na forma de caridade. Mas porque tantas se limitam à caridade mais simplória? Por que tantas desistem diante das primeiras dificuldades?
Na parábola crística do semeador[1], podemos identificar alguns níveis psicológicos que revelam, sabiamente, nosso comportamento. Estudemos:
As sementes que caíram no caminho e foram comidas pelos pássaros, atestam o psiquismo desatento à palavra evangélica, vulnerável ao ataque das trevas.
É o primeiro nível, o da motivação egoística. No primeiro estágio, muitos ainda têm coração de gelo, são indiferentes ao próximo, movidos unicamente pelo ego, senhor de seus interesses. Neste caso, a caridade – quando praticada - é para tirar alguma vantagem pessoal. Muitas vezes, floreada com um discurso solidário e humanista, tem-se no ato um cálculo dos benefícios que pode auferir para sua imagem, projetos e empreendimentos. Vê nos que ajuda pobres coitados, mas por eles não sente nada que vá além da pena momentânea, logo vencida pela indiferença cotidiana. Quando a caridade já não se lhes revela vantajosa, quando os problemas se multiplicam, logo se afastam.
As sementes que caem entre as pedras e, não tendo raízes, foram queimadas pelo Sol, denunciam um psiquismo que já é tocado pelos valores mais elevados, mas que ainda não encontra solo fértil suficiente para germinar raízes mais profundas. Obstáculos e dificuldades o fazem desviar do bom caminho.
É o segundo nível, o da motivação cultural. Estas pessoas fazem caridade para cumprir com deveres sociais e religiosos, para se sentirem aceitas em sociedade, para atenderem certas expectativas, regras e modismos. Neste caso, a vontade de fazer a caridade nasce por ter visto um filme, um documentário, uma palestra ou para não ser criticada, para não se sentir inadequada no seu meio. Sensibilizada momentaneamente, tem vontade de ajudar. Já não busca uma vantagem pessoal, mas sua motivação é episódica, superficial, sem raiz, por isso passageira. Algumas já têm vontade de começar algum trabalho, mas alegam que não sabem como ou que nunca têm tempo. Quando enfim começam, abandonam e ficam o tempo todo prometendo voltar. Essas pessoas vêem na pessoa ajudada, um desafortunado que merece apoio, mas seu sentimento ainda é mais de pena, do que de compaixão. Por isso, seus atos de caridade não são duradouros, por não acreditar que aquele a quem ajuda, pode erguer-se do fundo do posso.
As sementes que caem entre espinhos que as sufocam, quando crescem, indicam aqueles que tombam não por falta de noções espirituais elevadas, mas por se deixaram envolver demais com as preocupações do mundo material.
É o terceiro nível, o da motivação idealística. Trata-se de um nível psicológico mais profundo, refinado. Incluem-se neste grupo as pessoas que percebem a caridade não como uma forma de auferir vantagens, como um dever social, mas como uma prática espiritual, não necessariamente religiosa, eis que há pessoas sem religião e caridosas neste nível. Fazem o bem não apenas porque se sentem espiritualmente plenas, mas porque reconhecem no irmão em sofrimento um igual, um ser humano e espiritual credor de respeito, dignidade e amor. Já não sentem pena, sentem empatia pela dor do outro, e nutrem pelo sofredor compaixão, ou seja, sabem que a dor e o sofrimento são terapias necessárias, mas que – nem assim – justificam o abandono, a indiferença, a omissão, por isso não perdem a oportunidade de ajudar. Contudo, não conseguem se dedicar plenamente à caridade. As preocupações do mundo tomam expressiva parte de seu tempo e, por esta razão, acabam praticando a caridade nas folgas, nos horários vagos, nos finais de semana, embora já tentem exerce-la no convívio cotidiano com seus amigos, familiares, colegas de trabalho, com estranhos.
Por fim, as sementes que caem em boa terra e frutificam em larga messe, revelam um solo fértil, preparado para germinar as grandes potências do espírito.
É o nível mais puro, o da motivação amorosa. Neste ambiente só respiram os santos, os espíritos superiores. São facilmente reconhecidos pela capacidade de renúncia, desprendimento, sacrifício, dedicação à caridade, a causas humanitárias relevantes. Jamais buscam vantagens e reconhecimento – embora sejam admirados por milhares de simpatizantes -, fazem muito mais do que os deveres sócias exigem e dedicam suas vidas, totalmente, a fazer o bem. Vêem no sofredor um irmão, filho de Deus. Não há nada que os faça desistir, recuar no bom combate. São Vicente de Paula, Madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier são apenas alguns exemplos.
Chico – o homem amor, viveu para o bem. Doou toda a arrecadação da venda de seus livros a instituições de caridade e, mesmo aos 90 anos, debilitado, não deixou de distribuir amor. Madre Tereza, a mãe dos pobres, deu dignidade a milhares de hansenianos e miseráveis. Certa vez, recebeu a visita de um repórter de um grande jornal americano. Ao adentrar na casa de caridade onde jaziam dezenas de enfermos agonizantes, fétidos e lamuriosos, afirmou, referindo-se ao trabalho de caridade praticado ali: _ Não faria isso nem por um milhão de dólares. Madre Tereza o olhou com compaixão e retrucou: _ nem eu!
E você, o que faria? A que nível pertence?






[1] São Mateus 8:1-23;

sexta-feira, outubro 19, 2007

RADAR

V JORNADA DA ASSOCIAÇÃO MÉDICO-ESPÍRITA DO PARÁ


A Associação Médico-Espírita do Pará está promovendo a V Jornada da AME/PA, que acontecerá no Centur, nos dias 26, 27 e 28 de outubro de 2007. Ingressos estão sendo vendidos em farmácias homeopáticas. Informações 91 – 3241-5066, 32418498, e-mail: ame.para@ig.com.br.


PROGRAMAÇÃO

26 de outubro (Sexta)

19:30 – Abertura.

19:40 – Momento Artístico.

20:00 – 150 anos em busca da Integração Corpo-Mente-Espírito.
Drª Marlene Nobre – AME/Brasil.


27 de outubro (Sábado)

14:30 às 15:15 – Medo e raiva – impactos na saúde
Dr. Alberto Almeida – AME/PA.

15:15 às 16:00 – Bioética na relação Médico-Paciente.
Dr. José Antônio Cordero – CRM/PA.

16 h às 16:30 – Intervalo.

16:30 às 17:15 – Questões Bioéticas e Espiritismo.
Drª Marlene Nobre – AME/Brasil.

17:15 às 18:00 – A espiritualidade na formação do profissional de saúde.
Dr. André Luiz Peixinho – AME/BA.

20:00 às 20:45 – Mediunidade, delírios e alucinações: como diferenciar?
Dr. Roberto Lúcio – AME/MG.

20:45 às 22:00 – Debate com os palestrantes.


28 de outubro (Domingo)


9:00 às 9:45 – Fé combina com Ciência?
Dr. André Luiz Peixinho – AME/BA.

9:45 às 10:30 – As múltiplas faces da Depressão.
Dr. Roberto Lúcio – AME/MG.

10:30 às 11:00 – Intervalo.

11:00 às 11:45 – Debate.

15:30 às 16:15 – Obsessão – Um desafio à Psiquiatria e aos Profissionais da Saúde.
Drª Marlene Nobre – AME/Brasil.

16:15 às 17:15 – Jesus, a excelência médica e terapêutica.
Dr. Alberto Almeida.

17:15 às 17:45 – Momento artístico e encerramento.


LIVRARIA ANDRÉ LUIZ e PALESTRAS NA UEP


A livraria André Luiz, localizada na Rua Oswaldo Cruz, Praça da República, passou a abrir para o público nos domingos, visando aproveitar a grande movimentação da praça e sobretudo facilitar visitas e compras a seu belo acervo.
A União Espírita, que fica no mesmo endereço, também vai ter palestras públicas pela manhã, de 9:30 às 10:30. Ótima oportunidade de unir passeio e instrução.


O CONSOLADOR

No dia 28.09.2007 tive a honra de estar presente e conversar com os irmãos de ideal espírita no Centro Espírita O Consolador, em Capanema, que na ocasião comemorava 15 anos de existência.


CENTRO ESPÍRITA JESUS DE NAZARÉ


Recentemente o Centro Espírita Jesus de Nazaré voltou o trabalho de relax, muito eficiente no tratamento espiritual obsessivo. Implantou em outubro o trabalho com idosos e também fez bazar para venda de roupas usadas. Os valores arrecadados estão sendo investidos no próprio Centro Espírita Jesus de Nazaré, que fica na TV. do Chaco, Passagem Redenção, n. 17, Bairro da Pedreira.


POR UM MUNDO MELHOR


MOVIMENTO LA DÉCROISSANCE

Já chega a 200 mil pessoas a adesão ao movimento La Décroissance, que tem como lema uma vida saudável e menos consumista. Os décroissants buscam bem estar, evitando a ganância. Usam seu poder de consumo para causas ambientais e sociais. Por isso, se dispõem a gastar mais para adquirir produtos orgânicos, éticos e originários de países pobres.
































sábado, setembro 22, 2007

Parasitose espiritual

“Quando Jesus voltou para casa, seus discípulos lhe perguntaram, em particular: Por que não pudemos nós expulsar esse demônio? _ Ele respondeu: Os demônios desta espécie não podem ser expulsos senão pela prece e pelo jejum.”
(S. Marcos, cap. IX, vv. 13 a 28)


A mente é um santuário, fonte de forças do ser humano. É o berço de nossas realizações e o túmulo onde jaz, em vida e post mortem, nossos desvios da Lei.
Em sua infância espiritual, o homem é negligente com as potências mentais, que estão diretamente associadas à conduta moral cotidiana.
Aproveitando-se desse desleixo capital, as legiões da sombra atacam, sem piedade, os incautos desidiosos.
Por isso, hoje é consenso entre os estudiosos da doutrina espírita, que estamos diante de uma verdadeira e grave pandemia de parasitose espiritual no que se convencionou chamar de processo obsessivo.
Trata-se, dessarte, de vinculação enfermiça e prejudicial que se dá entre um espírito e uma pessoa encarnada, embora possa ocorrer apenas entre encarnados e entre desencarnados, eventualmente.
Alan Kardec extraiu de seus estudos espíritas três tipos de obsessão: a obsessão simples; a subjugação ou possessão e a fascinação.
A obsessão simples é, de regra, um vínculo sazonal com o plano espiritual inferior, estabelecido, sobretudo, quando o ser humano atravessa fases especialmente difíceis, que baixam a guarda de sua cidadela moral e emocional, tornando-o vulnerável aos ataques obsessivos. Todos, por isso, podemos ser vítimas reincidentes deste tipo de obsessão.
A subjugação ou possessão já é um processo obsessivo bem mais nefasto, que pode ser ou não o agravamento da obsessão simples, não combatida a contento. Trata-se de verdadeira promiscuidade espiritual, onde espíritos doentes e trevosos se associam e interferem, contundentemente, na vida e saúde orgânica e psíquica de suas vítimas, para saciar, quase sempre, a sede de vingança e os mais vis instintos animais, que resvalam nos vícios, na queda moral, arrastando suas vítimas ao pântano do submundo humano. Nas variações múltiplas desse tipo de obsessão, destaca-se o vampirismo, onde espíritos gravemente doentes e desequilibrados se acoplam no perispírito do obsidiado para deles se nutrir de forças vitais e aplacar seus vícios mais brutos, em pleno prejuízo da saúde física, emocional e psíquica do hospedeiro, que – se não cuidar da causa espiritual – será, inevitavelmente, tomado das mais complexas enfermidades até somatizar a falência física e a perda da sanidade mental, ao preço de muito sofrimento.
Foi essa escória espiritual das trevas que enfrentou, com desassombro, os discípulos do Cristo. Por isso Jesus explicou: “(...) os demônios desta espécie não podem ser expulsos senão pela prece e pelo jejum.”
A fascinação, de sua vez, é a mais difícil de tratar e a menos perceptível, porque os espíritos da retaguarda obsessiva são maliciosos, velhacos, ladinos. Trata-se de obsessão que ilude o hospedeiro, fazendo-o acreditar, piamente, ser dotado de maior inteligência, autoridade moral, direitos e capacidade que os outros. Conduz-lhe à egolatria, à prepotência, à intolerância, ao preconceito, a opressões de todos os matizes, deixando rastro de humilhados, oprimidos e injustiçados. Neste caso, a estratégia do espírito parasita é excitar o orgulho e o egoísmo, já existentes no hospedeiro, causas primeiras deste tipo funesto de obsessão, que tem como maior característica a negação da vítima de que está obsidiado e a justificação estapafúrdia para seus atos.
O orgulho e a vaidade são as portas largas que dão entrada aos mais astutos inimigos invisíveis.

segunda-feira, agosto 20, 2007

CARIDADE: QUANTO CUSTA ISSO?

“A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; _ não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre.
Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade." (São Paulo, 1ª Epistola aos Coríntios, 13: 1 a 7 e 13)





Toda divisão é um multiplicador.
A assertiva acima sintetiza de que forma o universo responde à caridade: bênçãos.
Ainda assim, expressiva quantidade de pessoas vive alheia a esse dever moral e ético.
A sociedade de consumo não apenas incutiu na mentalidade da massa o vício pela consumação e aquisição de bens, mas o apego doentio à matéria e as coisas efêmeras deste mundo.
Quer-se não apenas uma bela roupa, mas há extrema dificuldade de doá-la a quem precisa, mesmo quando não se a usa mais.
Quer-se não apenas um carro, mas que ele seja poupado de caronas a doentes pobres.
Quer-se não apenas uma casa, mas que ela não seja freqüentada por pedintes inoportunos.
Quer-se não apenas lazer, mas que ele não seja interrompido para uma ação beneficente.
Quer-se não apenas saúde, mas que ela não seja utilizada para aliviar a dor alheia.
Quer-se não apenas beleza, mas que ela não seja convocada a prestar serviço em favor dos estropiados.
Quer-se não apenas boa comida, mas o excesso do qual só o resto inapropriado é ofertado aos famintos.
Quer-se poder, mas para uso em benefício próprio, a despeito das esperanças que provoca.
Quer-se justiça, mas não se lhe peça para abrir mão de um direito em favor de um desequilibrado.
Quer-se paz, mas desde que isso não implique em abrir mão dos conflitos em casa, com o vizinho, no trânsito, no trabalho, no coração.
Quer-se amor, mas desde que este não seja compartilhado com inimigos.
Reclama-se muito do mundo de hoje, mas poucos fazem algo efetivo para torná-lo melhor. Lamentavelmente, é grande o número de pessoas que acha que não fazer o mal já é suficiente. Fosse assim, o mundo seria outro.
Muitos acham que basta pagar impostos e que cabe ao Estado cuidar dos desamparados e à religião dos desesperados.
É a lógica do orgulho e do egoísmo.
É preciso agir e fazer uma autocrítica séria e dura consigo mesmo.
Olhai o vosso guarda-roupa, o vosso quarto, vossa casa, o vosso coração. Quantas destas roupas você realmente precisa? E para que estes tantos sapatos, acessórios e futilidades? Quantos remédios perdem a validade na tua farmácia pessoal? Quantas crianças famintas já cruzaram, sem sucesso, teu caminho? Quantas vezes os teus excessos te custaram a tua saúde e paz? Quanto do amor que tens, repartes utilmente? Perguntai a tua consciência, qual foi a última vez que você fez uma caridade que ao mesmo tempo foi desinteressada, afetivamente profunda e ativa, que lhe impôs um sacrifício real e gerou um bem efetivo ao beneficiado?
Chega de discutir se esmola ajuda ou atrapalha!
Caridade é bem mais que isso.
É atitude de respeito e empatia aos milhares de seres humanos sofridos e desafortunados que nos rodeiam e aos milhões que transitam pelo mundo.
Uma palavra de incentivo.
Um ouvido amigo.
Uma prece fraternal.
Um colo oportuno.
Um bom dia ao inimigo.
Um sorriso matinal.
Um bombom a uma criança.
O respeito ao velho.
O silêncio à agressão.
O perdão ao desafeto.
A ética do segredo.
Valorizar a amizade.
A oportuna gratidão.
A doação de algo que se adora.
Um pedido de desculpas.
O esquecimento de si.
O alimentar da esperança.
A demonstração de amor.
Quanto custa isso?

POR UM MUNDO MELHOR

Para-Pan e a superação


Agosto proporcionou ao povo brasileiro momentos incríveis de exemplos de superação. Espíritos que reencarnaram em missão ou que encontraram na deficiência física o efeito da lei deram lições de como vencer, se superar.
Valeu Brasil pelo primeiro lugar no quadro de medalhas e, sobretudo, pelos belos exemplos.

Terremoto


Logo que um forte terremoto arrasou várias cidades no Peru, o mundo se mobilizou para viabilizar ajuda humanitária às milhares de vítimas, a grande maioria de pessoas pobres.
A solidariedade ainda vive.


SEM MISTÉRIOS



1. A oração à distância tem efeito?

Sim. Há várias pesquisas que comprovam que a distância não é obstáculo para fé. Em um dos estudos, doentes de um hospital foram separados em dois grupos. Nenhum dos doentes sabia da pesquisa. O grupo cujas orações foram direcionadas apresentou melhoras significativas em vários sentidos, facilitando a recuperação e tratamento. O outro não obteve o mesmo resultado.
Trata-se de pesquisa científica séria e que atesta a força da oração.

2. Deus tem características humanas?

Não. Esqueça aquela visão do velhinho com barbas brancas, com dedo em riste, cheio de cólera e pronto para castigar. Segundo o Livro dos Espíritos: “Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.”

3. Vingança afeta o perispírito?

Sem dúvida. Nossos atos e sentimentos vibram no perispírito (corpo espiritual) automaticamente. Inevitavelmente, atos deletérios como a vingança deixam suas marcas no perispírito, gerando desequilíbrios diversos, causas de futuras doenças que só o tempo somatiza na matéria. Posturas comportamentais, mentais e o desequilíbrio no perispírito explicam porque em alguns as tendências genéticas a determinadas doenças se manifestam e em outros não. O perispírito é o gatilho da saúde ou da doença.

4. Sentir arrepios é sinal da presença de espíritos?

Não necessariamente. Um vento frio, energia elétrica, medo, um desequilíbrio orgânico podem provocar arrepios absolutamente naturais, que nada têm haver com espíritos. Portanto, nada de superstições vetustas. Algumas pessoas têm sensibilidade mediúnica aguçada e podem, eventualmente, perceberem por um ou mais sentidos a presença espiritual.


RADAR


Curso de Alberto Almeida.


Será realizado no Computer Hall no próximo dia 28.08.2007, às 19:00 horas o curso sobre Dinâmica Afetiva a Dois com o médico terapeuta e homeopata, Dr. Alberto Almeida.
Maiores informações na Essência, fone: 3242 2387 e 3224 1596.


Chico Xavier na Revista Galileu.


A Revista Galileu História de outubro de 2006, ainda nas bancas, destaca como matéria de capa uma reportagem sobre Chico Xavier.


Chico Xavier na Revista Isto É.


Mais recentemente, a Revista Isto É, edição n. 1972, traz como matéria de capa também Chico Xavier. Na reportagem, destaca-se a existência do código que o médium deixou para se identificar quando se comunicasse do plano espiritual, bem como a polêmica a respeito de supostas mensagens suas e a beleza de suas obras. Vale a pena conferir.

terça-feira, julho 10, 2007

DEUS E SYNTHIA



“Que é Deus?
Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”
(Questão n. 1, do Livro dos Espíritos)


Para se discutir a existência de Deus, necessário observar o universo e o fenômeno da vida.
Certa vez, perguntaram para Albert Einstein qual a pergunta mais importante que uma pessoa pode fazer em sua vida? O genial físico alemão respondeu de pronto: _ Será que o universo é amigável?
Para responder essa sutil pergunta, convém breve remissão histórica.
Quando finalmente a ciência libertou-se do jugo imposto pela religião na Idade Média, a visão de mundo modificou-se profundamente. Copérnico levantou a hipótese de que a Terra não era o centro do universo, afirmação aristotélica usada pela Igreja para justificar o homem como filho especial do Criador. Galileu, anos mais tarde, apontou o telescópio para o céu e provou que Copérnico estava certo. Kleper deu a formulação fundamento matemético. Newton teorizou e descortinou ao mundo as leis da mecânica e Einstein com a teoria da relatividade garantiu status à Ciência, como nunca antes acontecera. Ou seja, as descobertas científicas – especialmente as de Newton, Copérnico, Galileu e Darwin - e as proposições filosóficas – como as de Bertrand Russel, Friedrich Nietzsche, Karl Marx e de Sigmund Freud - construíram um mosaico conceitual no qual o universo e a vida prescindiam de Deus, declarado por Nietzsche como morto. Era, como pensavam, a ruptura com toda a tradição da humanidade até então, já que o homem sempre buscou Deus.
A Ciência e suas leis mecanicistas impôs a visão Newton-cartesiana de mundo, na qual leis universais regiam os fenômenos do cosmos, sem necessidade de um Deus. Separou-se mente e corpo, descobriu-se que eram as bactérias e vírus – e não o diabo – que causavam tantas doenças, vasculhou-se os mistérios da matéria e do cosmos e se decretou que não havia nada além desta vida. Estava criado o ambiente propício ao crescimento vertiginoso do materialismo que, de sua vez, impulsionou a cultura imediatista, o existencialismo, o niilismo e a relativização dos valores morais. Foi tal estado de coisas que eternizou a inquietante pergunta de um dos personagens do livro Os Irmãos Karamazov, de Fiodor Dostoievski: “se Deus não existe, tudo é permitido?”.
Certo é que foi o materialismo, em suas várias facetas, que se incorporou em modelos políticos que embalaram as atrocidades cometidas por Stalin, Hitler e o cruel socialismo científico de Mao-Tsé-tung e Pol Pot.
Sob tal atmosfera, combateu-se com hostilidade a religião e ganhou força a teoria do universo aleatório, onde o acaso ganhou prestígio de uma poderosa força capaz de ordenar e coordenar o universo e dar impulso à vida.
Nesse contexto propício, surge a teoria do Big-Bang que explica o ponto zero, momento do suposto surgimento do universo e de tudo que existe, teoria esta que foi rejeitada por Albert Einstein, entre outros cientistas, mas que ganhou força com o passar dos anos. Mas uma vez, a explicação para a gênese universal prescindia de Deus. Tudo surgira de uma extraordinária explosão de um ponto minúsculo, onde estava concentrada toda energia que, posteriormente, daria forma e densidade à matéria e a tudo que existe.
Embalado pelas teorias científicas em voga, o filósofo Bertrand Russel afirmou com secura que o surgimento da vida e do homem era: “um curioso acidente na água estagnada”.
Na contramão da lógica científica que reinava soberana, o mestre espírita Léon Denis em sua invulgar obra Depois da Morte, editora FEB, lecionava, pg. 116:
“O estudo da Natureza mostra-nos, em todos os lugares, a ação de uma vontade oculta. Por toda parte a matéria obedece a uma força que a domina, organiza e dirige. Todas as forças cósmicas reduzem-se ao movimento, e o movimento é o Ser, é a Vida. O materialismo explica a formação do mundo pela dança cega e aproximação fortuita dos átomos. Mas viu-se alguma vez o arremesso ao acaso das letras do alfabeto produzir um poema? E que poema o da vida universal! Já se viu, de alguma sorte, um amálgama de matérias produzir, por si mesmo, um edifício de proporções imponentes, ou um maquinismo de rodas numerosas e complicadas? Entregue a si mesma, nada pode a matéria. Inconscientes e cegos, os átomos não poderiam tender a um fim. Só se explica a harmonia do mundo pela intervenção de uma vontade. É pela ação das forças sobre a matéria, pela existência de leis sábias e profundas, que tal vontade se manifesta na ordem do Universo.”
Leon Denis desencarnou sem ver a Ciência acolher seu entendimento. Só em 1973, a Ciência estremeceu impactada pela teoria que dava razão a Leon Denis e ao que o Espiritismo defende.
Importante trazer a colaboração de Patrick Glynn, filósofo e historiador, Phd por Havard, que escreveu o denso livro Deus a Evidência:
“Basicamente, o princípio antrópico traz à observação que o sem número de leis físicas foram orquestradas ordenadamente desde o início propriamente dito do universo até a criação do homem – o universo em que habitamos aparenta ser explicitamente planejado para o surgimento dos seres humanos.
(...)
Carter apresentou alguns desses pontos em sua palestra no ano de 1973. Qualquer interferência na constante gravitacional em relação ao eletromagnetismo, salientou, resultaria em um universo sem estrelas centrais como nosso Sol, mas somente outras, mais frias e “vermelhas” ou mais quentes e “azuis”, incapazes de manter a evolução da vida. Qualquer enfraquecimento na “sólida” energia nuclear resultaria em um universo constituído de hidrogênio e mais nenhum outro elemento. Isso significaria nada de oxigênio, água; nada além do hidrogênio.
Mas estas observações iniciais provaram-se apenas a ponta do iceberg. Nos anos posteriores à palestra, Carter e outros cientistas descobriram uma lista crescente, atemorizante e improvável de misteriosas coincidências ou “acidentes da sorte” no universo – cujo único denominador comum parecia a necessidade de nosso surgimento. Mesmo a mais leve interferência com o valor das forças fundamentais da física – gravidade, eletromagnetismo, a sólida energia nuclear ou a fraca energia nuclear (nuclear weak force) – teriam como resultado um universo irreconhecível: um universo completamente formado de hélio, sem prótons ou átomos, um universo sem estrelas, ou um universo que desmoronaria sobre si mesmo antes dos primeiros momentos de existência. Modificar as proporções exatas das massas das partículas subatômicas em relação umas às outras traria efeitos semelhantes. Mesmo a base da vida, como carbono e água, dependem de uma “sintonia fina” extraordinária, em nível subatômico, coincidências estranhas nos valores, para as quais os físicos não possuem qualquer outra explicação.”
É a própria Ciência que afirma que a entropia - lei da termodinâmica – preside fenômenos no universo. A entropia é essa força desorganizadora que parece ser a filha do caos. Embaralhe as cartas de um baralho e elas nunca mais voltarão à formação inicial, a não ser que outra força consciente atue, organizando-as. Separe num recipiente de vidro três camadas de bolas: as primeiras azuis, as segundas verdes e as últimas, do fundo, brancas. Balance o recipiente de tal forma que as bolas se misturem. Caso uma força consciente não intervenha, a formação inicial das bolas não voltará a acontecer. Deixe sua casa sem limpar e você verá a poeira tomar-lhe. Deixe seu corpo sem movimento e os músculos logo se ressentirão. Isso é entropia, é uma força que desorganiza, que alimenta o caos. Essa força atua fortemente no mundo. Ou seja, os átomos e todas as substâncias elementares estão sujeitas ao império da entropia. Isso é fato. Então como explicar o surgimento da vida?
Quando o filósofo Bertrand Russel afirmou que o surgimento da vida e do homem era: “um curioso acidente na água estagnada”, por certo ignorou flagrantemente a entropia e esse “mistério” do surgimento da vida, sem resposta da Ciência. A ser um acidente, que acidente inteligente, teimoso, criativo e dinâmico, pois o acaso criou a ordem, o nada criou tudo e por pura teimosia o acidente não apenas se repetiu várias e sucessivas vezes, como se espalhou mundo a fora, aperfeiçoou-se e ganhou autonomia ao ponto de gerar a consciência e a inteligência humana. Que acidente!
No magnífico livro Morte Renascimento e Evolução, assinado pelo maior pesquisador espírita da era moderna, Hernani Guimarães Andrade, acumulam-se argumentos e fatos contra o acaso cego, defendido pelos céticos. Senão vejamos:
“No meio desse caos de entropia progressiva, surge inesperadamente uma corrente caminhando em sentido contrário ao caudal gigantesco canalizado pelo acaso. Ei-la avançando em direção oposta a desorganização total. É a vida!
(...)
O sistema vivo compara-se a uma casa que vai sendo construída à medida em que vão sendo atirados sobre o terreno os tijolos, a areia, a cal, o cimento, as telhas, etc. Ao mesmo tempo, vão sendo rejeitados os detritos e sobras da construção. Finalmente, uma vez construída a obra, são introduzidos os móveis, os tapetes, as cortinas, os vasos, etc. Tudo isso é paulatinamente disposto em seus lugares adequados. Mais tarde, as peças gastas são retiradas e substituídas por outras em boas condições. Pois bem, imagine que todas essas operações se façam graças a um sistema de mútua coordenação entre os próprios materiais e objetos, de modo a dispensar o trabalho dos pedreiros, do encanador, do eletricista, do arrumador, do tapeceiro e até da dona-de-casa que cuida da ordem e limpeza da casa.
Isso não é possível! Dirá você, caro leitor. Entretanto é quase isso o que acontece com um sistema vivo. A diferença está em que, no sistema vivo, o “milagre” da coordenação entre os materiais é ainda mais perfeito e minucioso. Poderíamos dizer: mais “impossível” ainda!”
Não é à-toa que a Ciência nunca conseguiu sucesso em tentar reproduzir, com perfeição, as condições ideais do caldo primordial, que “por acaso” permitiu o surgimento da vida.
Na última semana de junho deste ano, o mundo científico estremeceu com barulhenta divulgação de que o cientista americano Craig Venter estaria prestes a, finalmente, criar vida artificial.
Com décadas de pesquisas, a ciência com todo seu aparato de tecnologia, incluindo potentes computadores e equipes multidisciplinares de cientistas geniais, parece que vai conseguir criar uma bactéria a partir de outra bactéria modificada geneticamente.
O nome da famosa criatura é Synthia, a bactéria artificial.
Para humanidade é uma vitória estrondosa, que permitirá avançar em outras pesquisas e no tratamento de muitas enfermidades. Para natureza, uma conquista insignificante, nada perto das milhares de espécies que a biodiversidade ostenta, com seus organismos peculiares e complexos.
Enquanto os materialistas se rejubilam com o anúncio da vida artificial, ecoa uma questão inquietante: como deixar de se surpreender com a crença de que o acaso foi capaz de criar essa magnífica biodiversidade, de criar a mente e consciência humana?
Difícil sustentar a tese com a razão, impossível ignorar essa vontade e inteligência superior que tudo cria e conduz.
Essa vontade que preside os fenômenos no universo, notadamente em relação à vida, que é negada, sem qualquer fundamento sequer razoável, que prova irrefutavelmente a existência do Criador. É essa vontade que está em tudo, que mantém o Sol sobre nossas cabeças, que ergue as ondas, que faz brotar da humilde semente o imponente carvalho, que acalma furacões, terremotos e vulcões, que confunde os soberbos e revela-se aos humildes, que chamamos de Deus. Onde achá-lo? Leon Denis indica:
“Algumas vezes, uma voz poderosa, um canto grave e severo ergue-se dessas profundezas do ser, retumba no meio das ocupações frívolas e dos cuidados da nossa vida, a fim de chamar-nos ao dever. Infeliz daquele que recusa ouvi-la! Chegará o tempo em que o remoço ardente lhe ensinará que não se repelem impunemente as advertências da consciência.
Sim, há em cada um de nós fontes ocultas de onde podem brotar ondas de vida e de amor, virtudes, potências inumeráveis. É aí, é nesse santuário íntimo que cumpre procurar Deus. Deus está em nós, ou, pelo menos, há em nós um reflexo dEle. Ora o que não existe não poderia ser refletido. As almas refletem Deus como as gotas do orvalho da manhã refletem os fogos do Sol, cada qual segundo seu brilho e grau de pureza.”
É isso aí. Synthia, seja bem-vinda ao universo maravilhoso de Deus.

sexta-feira, junho 15, 2007

SEM MISTÉRIOS

Este é um novo espaço do blog. Perguntas comuns, respostas simples.



1. O que encontro em um Centro Espírita?


O Centro Espírita é uma escola, um templo de oração e um pronto socorro espiritual. As atividades do Centro ofertam estudo, espiritualização e equilíbrio às pessoas que chegam em crise.
Não há rituais, imagens, amuletos, hierarquia sacerdotal, dízimo, proibições, nem fanatismo.
O Espiritismo esclarece e respeita o livre arbítrio concedido por Deus a cada um de nós.
É, enfim, um lugar para se reencontrar consigo e com o sagrado.


2. Espíritas crêem em Jesus?


Sim. Jesus é o modelo a ser seguido, pois foi o espírito mais puro que o planeta já recebeu. Toda moral espírita baseia-se nos postulados cristãos do evangelho, devidamente interpretados pelo Espiritismo através da razão e testemunhados pela caridade.


3. O principal objetivo do Espiritismo é a comunicação com os “mortos”?


Não. O principal objetivo é possibilitar a reforma íntima, que consiste em se melhorar como pessoa, como espírito em evolução. O estudo das obras básicas da doutrina e a prática da caridade são os meios para nos tornarmos melhores.
A mediunidade é estudada enquanto fenômeno natural e praticada dentro de rigorosos métodos de controle e desenvolvimento. É, portanto, um campo de pesquisas, cooperação e incríveis descobertas.


4. Sempre escuto barulhos em minha casa. São espíritos?


Use a razão. Evite misticismos, superstições e medos desnecessários.
Primeiro verifique meticulosamente a situação e se os barulhos não têm uma causa material e mesmo natural, como vento, outras pessoas, animais, estalo de materiais (madeiras, barulho de peças de equipamentos, etc).
Só após excluir qualquer explicação com base nestas causas é que se deve cogitar a intervenção espiritual.
Esta é possível sim e não é improvável.
Não dê, contudo, demasiada importância a isso, salvo se começar a lhe incomodar muito.
Ocupe-se em fazer o bem e orar. Esta é a garantia de que você sempre estará muito bem acompanhado. Pode ter certeza.

5. Que atitude tomar diante de grandes dificuldades?

Faça sua parte, ore e confie em Deus.

RADAR

MANIFESTO CONTRA A CRENÇA EM CRIANÇAS ÍNDIGO

A revista Universo Espírita deste mês traz um suplemento da Associação Brasileira de Pedagogia Espírita - ABPE com várias mensagens em tom de manifesto contra a teoria das crianças índigo que, segundo alertam, está se inserindo no seio da doutrina espírita. A teoria defende que crianças especiais, de aura azul (por isso o termo índigo) estão reencarnando e devem ser tratadas diferentemente. Segundo as explicações da ABPE, trata-se de crença originária de seita americana, sem qualquer fundamento científico e que não tem qualquer compatibilidade com a doutrina espírita. Vale conferir.

DIA MUNICIPAL DO ESPÍRITA
A Lei nº 11.019, de 30 de abril de 2007 estabeleceu que no dia 18 de abril será comemorado anualmente o "Dia Municipal do Espírita" no município de João Pessoa. Na ocasião, o poder público municipal poderá promover e apoiar eventos ligados à comemoração da data.

ORIENTAÇÃO AO CENTRO ESPÍRITA

A Federação Espírita Brasileira lançou a nova edição de Orientação ao Centro Espírita na abertura da Reunião das Comissões Regionais do CFN no dia 12/4/2007, em Brasília. O livro oferece orientações e material de apoio, elaborados e disponibilizados pelos órgãos federativos e de unificação do Movimento Espírita, para as atividades dos Centros e demais instituições espíritas, visando facilitar as tarefas de seus trabalhadores, no encaminhamento de atividades do Centro Espírita. A FEB enviou pelo correio um exemplar deste livro a doze mil Centros Espíritas do país.
Pedidos para FEB:
feblivraria@febnet.org.br; relacionamento@febrasil.org.br; fone (21) 2187-8269/8272.

terça-feira, junho 05, 2007

PARA VIVER EM EQUILÍBRIO, VOCÊ PRECISA DE RESPOSTAS

“Um homem sem conhecimento é um mundo às escuras”.
(Baltasar Gracián, filósofo e jesuíta)


O ser humano precisa de respostas.
Quem sou? De onde vim? Para onde vou? Por que minha vida é assim? Há sorte, destino, felicidade futura, vida após a morte? Quem são essas pessoas que fazem parte de minha vida?
Sem respostas, as perguntas logo se transformam em erros.
Erros reiterados atraem dor.
Sem esperança, o que somos?
Em um mundo com tantas teorias, é fácil ser enganado.
Em um mundo com tanta desilusão, qualquer palavra que alivie o sofrimento é tomada como verdade absoluta.
Em um mundo em crise moral, perdemos a noção do certo e errado.
Em um mundo com carência de espíritos iluminados, somos atraídos por ídolos perdidos.
No ano que a doutrina espírita completa 150 anos de publicação do Livro dos Espíritos, tive a honra de completar um ano deste blog: Visão Espírita. O lema do sesquicentenário é “para viver em equilíbrio, você precisa de respostas.”
Esse brilhante lema justifica a razão de ser deste blog: respostas que equilibram.
Hoje faz um ano que este blog entrou em nossas vidas.
Falo nossas porque também é do leitor, que influencia sua pauta com comentários, sugestões e dúvidas.
A idéia de um blog datava de mais de ano.
Mas foi preciso que a perda de um grande amigo provocasse a comoção entre tantos para que a idéia se transformasse em ação.
Por isso, o blog homenageia Márcio Américo, amigo irmão que, por certo, continua trabalhando no plano espiritual.
Desde o primeiro texto, obtive resposta.
Aliás, mais que isso, sei que muitos artigos do blog tiveram destinos interessantes, não planejados. Alguns foram repassados pela Internet, outros foram impressos para amigos, para leituras individuais e em grupos de estudo. Alguns foram publicados em revistas nacionais e outros pararam nos quadros de aviso de certa empresa. Fiquei extremamente feliz quando soube que uma das leitoras – que não é espírita – imprimiu um dos artigos para lê-lo a seus filhos.
Nada disso estava previsto em meus planos.
O objetivo sempre foi modesto: esclarecer.
Quero crer que de alguma forma ele está sendo atingido.
No início eram pouco mais de dez leitores. Os convites se sucederam e agora, só de cadastrados, já são mais de cem, que formam uma família de amigos.
A proposta inicial era de postar apenas artigos leves.
Contudo, foi inevitável tratar de assuntos mais sérios.
A vida é assim.
O espaço RADAR e POR UM MUNDO MELHOR foram inclusões necessárias no meio do caminho. Outras virão.
Gostaria de poder atualizar todo dia o blog.
Não dá.
Mas, praticamente, toda semana tem algo novo.
Os artigos, por exigirem mais, são quinzenais.
Nesse meio tempo, sugiro que o amigo leitor releia artigos que gostou ou que leia os que ainda não teve tempo de ler (aquele que você achou grande demais ou que não teve tempo de sequer passar a vista).
Há bastante material para reflexão.
Peço desculpas pelos artigos mais longos.
São artigos mais profundos, que trazem muitas informações interessantes. Entre diminuí-los e não ofertar a informação ao leitor ou deixar a informação e correr o risco do leitor não lê-los logo, prefiro esta opção, pois os leitores do VISÃO ESPÍRITA saberão o momento de apreciá-los.
No mais, é só agradecer você pela simples leitura, pela tolerância aos erros e pela gentileza dos comentários publicados, remetidos a meu e-mail ou dados pessoalmente e, principalmente, por dividir a lição com quem precisa mais do que você (pelo menos na sua cabeça).
Agora é seguir em frente.
Que Deus nos abençoe a todos, agora e sempre.

Fraternal abraço.

Denis Gleyce

segunda-feira, maio 28, 2007

RADAR

MEDINESP 2007


O MEDINESP 2007 – Congresso Internacional da Associação Médico-Espírita do Brasil – terá como tema “150 anos em busca da integração corpo-mente-espírito” e acontecerá em São Paulo (SP), nos dias 7, 8 e 9 de junho. São mais de 40 oradores nacionais e cinco internacionais, dispostos na programação abaixo indicada. Mesmo que você não vá, vale ler a programação para ter uma superficial idéia de como a Medicina e o Espiritismo estão avançando rapidamente em suas pesquisas e descobertas.

Quinta-feira, dia 7 de junho - Auditório Allan Kardec

7h-9h: Entrega de pastas e crachás;
9h: Solenidade de abertura;
9h30: Conferência - Onde Deus mora: áreas do cérebro como interface biológica com um universo interconectado, Melvin Morse;
10h 30: Conferência - 150 anos em busca da integração cérebro-mente-espírito, Marlene Nobre;
11h 15: Conferência - Crianças que falam de vidas anteriores, Erlendur Haraldsson;
12h05: Conferência - Bases da integração cérebro-mente-corpo-espírito, Sergio Felipe de Oliveira;
12h45: Perguntas e respostas;
13h: Intervalo para almoço;
14h20: Departamento Acadêmico;
14h30: Painel - Afinal, de que realidade estamos falando?
a) Evolução e funções do cérebro como órgão da mente, Irvênia Di Santis Prada;
b) Realidade fisiológica e realidade espiritual, Décio Iandoli Jr;
15h50: Conferência - Linguagem, afasia, cérebro e mente, Maria Irma Hadler Coudry;
16h40: Perguntas e respostas;
16h50: Intervalo;
17h10: Painel - Muito além dos neurônios;
a) Além do Cérebro: funções não locais da consciência, Cesar Geremia;
b) Neurônios-espelhos, autismo e marcas espirituais, Carlos Eduardo Sobreira Maciel;
c) Impacto do desenvolvimento das virtudes na integração cérebro-mente-espírito, Sérgio Lopes;
d) O Amor e seu extraordinário poder de cura, Gilson Luis Roberto;
19h25: Perguntas e respostas;
19h35: Jesus, o terapeuta transpessoal, Alberto Almeida ;
20h10: Encerramento.

Sexta-feira, dia 8 de junho - Auditório Allan Kardec

8h30: Painel - A volta ao mundo corporal: O processo reencarnatório;
a) O momento exato da reencarnação: Sinais biomoleculares, Sergio Felipe de Oliveira;
b) Acolhimento ao espírito reencarnante, Cristiane Assis;
9h30: Painel - Questões bioéticas e espiritualidade;
a) O aborto do anencéfalo, Ricardo Sallum;
b) O recurso da fertilização in vitro e os embriões congelados, Osvaldo Hely Moreira;
c) Ortotanásia e morte natural, Francisco Cajazeiras ;
11h15: Perguntas e respostas;
11h30: Intervalo;
11h50: Painel - No reino do inconsciente (I);
a) Modelos de estrutura mental e o paradigma espiritual, Anahy Fonseca;
b) Modelos de insconsciente: C. G. Jung, Marco Antonio Palmieri;
13h: Intervalo para almoço;
14h30: Conferência - Culpa-mágoa e os microorganismos na gênese das doenças, Alberto Almeida;
15h10: Painel - A prática do paradigma médico-espírita;
a) Terapia complementar espírita, Leandro Romani;
b) O poder da prece, Daniel Montanelli / Sabino Antonio Luna;
c) Como praticar o perdão, Maria da Graça de Ender;
17h: Intervalo;
17h20: Painel - Religiosidade e saúde mental;
a) Religiosidade/espiritualidade na depressão, suicídio e bem-estar, Alexander Moreira de Almeida;
b) As práticas religiosas na recuperação de dependentes de drogas, Zila Van der Meer Sanches 18h40: Perguntas e respostas;
18h50: Conferência - Medicina integrativa e espiritualidade, Ricardo Monezzi;
19h25: Conferência - Protocolo de medicina transdisciplinar: A inclusão da dimensão espiritual no tratamento e desenvolvimento do homem visto por meio de uma perspectiva quântica, Fernando Bignardi;
20h: Encerramento.

Sexta-feira, dia 8 de junho - Auditório Bezerra de Menezes

8h30: Conferência - Drogadição X mediunidade, Rosimeire Simões;
9h: Conferência - A mediunidade e seus efeitos no indivíduo, durante os momentos iniciais, sob uma visão energética da psique baseada nos ensinos de Jung e Joanna de Ângelis (espírito), Cláudio Conti;
9h35: Conferência - Impacto do desabrochar da mediunidade na vida do médico (a faculdade mediúnica como ferramenta de auxílio terapêutico), Kátia Marabuco;
10h10: Conferência - Ciência e espiritualidade nas curas de Jesus, Andrei Moreira;
10h45: Intervalo;
11h05: Painel - Espiritualidade na prática clínica;
a) Diabetes mellitus X espiritualidade, Maria de Fátima Borges;
b) TDAH e a evolução espiritual, José Henrique Rubim de Carvalho;
c) Deficiência mental, prisão temporária divina, Fernando de Souza;
12h50: Perguntas e respostas;
13h05: Intervalo para almoço (Reunião do Departamento Acadêmico);
14h30: Painel - Bioética e espiritualidade;
a) A teoria reencarnacionista e a bioética, Ricardo Santos;
b) Morte encefálica e desligamento do espírito, Elisabeth Nicodemos;
c) Profissional da saúde, um educador em potencial, Rodrigo Bassi;
16h: Perguntas e respostas;
16h10: Intervalo;
16h30: Conferência - O lobo pré-frontal e o futuro, uma perspectiva a partir de André Luiz, Jaider Rodrigues de Paulo;
17h10: Conferência - Depressão, uma abordagem biopsicossocioespiritual, Patrícia Biselli Silveira;
17h50: Perguntas e respostas;
18h: Assembléia da AME-BR;
20h: Encerramento.

Sábado, dia 9 de junho - Auditório Allan Kardec

8h30: Conferência - Glândula Pineal: avanços nas pesquisas, Sergio Felipe de Oliveira;
9h10: Conferência - Achados das neurociências sobre os estados de consciência ampliados: prece, caridade, meditação, transe, glossolalia e hipnose, Júlio Peres;
9h50: Conferência - Experiência de quase morte, Melvin Morse;
10h50: Intervalo;
11h10: Conferência - Integrando os modelos terapêuticos numa perspectiva evolucionista, André Luiz Peixinho;
12h: Conferência - Visões no leito de morte, Erlendur Haraldsson;
12h50: Perguntas e respostas;
13h05: Intervalo para almoço;
14h30: Painel - Mente e etiopatogenias;
a) O pensamento como gerador de patologias, Tácito Sgorlon;
b) Mente-citoplasma-genoma, Carlos Roberto de Souza;
15h40: Conferência - Envelhecimento ativo X depressão, Fábio Nasri;
16h15: Intervalo;
16h35: Conferência - Avanços no conhecimento do cérebro como glândula endócrina e sua relação com o Espiritismo, Jorge Cecílio Daher;
17h10: Painel - No reino do inconsciente (II);
a) Modelos de inconsciente – Doenças mentais na abordagem médico-espírita, Mário Sérgio Silveira;
b) Como diferenciar os fenômenos mediúnicos das alucinações e delírios? Roberto Lúcio V. de Souza;
18h20: Solenidade de encerramentoLeitura da Carta de S.Paulo 2007;
Painel de encerramento - A Missão médico-espírita;
a) José Roberto Pereira dos Santos;
b) Alberto Almeida;
c) Marlene Nobre;
19h30: MúsicaPrece de Encerramento.

domingo, maio 13, 2007

MÃES ABANDONADAS




“Temei conservar-vos indiferentes, quando puderdes ser úteis.”

(Miguel, Bordéus, 1862 – O Evangelho Segundo o Espiritismo)




Urgem estrondosamente as trombetas sociais, quando uma mãe – por desespero ou despreparo qualquer – renuncia à sua missão mater, abandonando sua prole, sem os devidos cuidados, às agruras do mundo.
Mas há, nos porões do palco social, um drama surdo que se mascara no jogo das aparências, tão praticado nas relações em sociedade. É o drama das mães abandonadas.
Assunto evitado habilmente, porque cada vez incomoda mais gente.
Mães abandonadas sempre foram um adorno triste a definhar silenciosa e discretamente nos depósitos socais, que chamamos de asilos.
Esta realidade mudou e para pior.
O abandono transpôs os muros destas instituições de isolamento e invadiu as cidades.
Mães abandonadas há por todo lugar.
O mito da velhinha pobre, doente e solitária, sentada em uma cadeira de balanço, aguardando seu fim, já está ultrapassado.
A sociedade moderna sofisticou o abandono e o democratizou, socializando-o entre pobres e ricos, entre cultos e ignorantes, alargando a triste massa de mães que perderam seus filhos, ainda vivos.
O abandono perdeu suas características clássicas para se mal disfarçar em pequenos atos de desrespeito, desprestígio, indiferença e maldade, que alfinetam, queimam, esmagam a coração maternal e se apresentam de mil formas: no fim das bênçãos; na desatenção à fala da mãe; na ausência prolongada; na falta de afago, carinho, afeto; na timidez das declarações de amor; na crítica ácida e desrespeitosa; na exclusão dos programas sociais; na ignorância dos problemas do cotidiano; na fuga ao diálogo; nas sucessivas mentiras e farsas; nas decepções pessoais; na deslealdade e traição filial; na mingua à assistência financeira e material; na insensibilidade a seus dramas e reclamos; na falta de momentos simples, de surpresas, passeios, agrados, elogios; no vício de ser servido, quando lhe cabia servir; no egoísmo de colocar sempre seus interesses como prioritários em sacrifício dos maternos; no desejo inconfessável de se livrar da mãe, entre tantas formas de descumprir o quarto mandamento divino “honrai pai e mãe”.
Três fatores confluem para o agravamento significativo desta epidemia moral:
a) Mulheres vivem mais que os homens e, portanto, tendem a chegar na velhice sozinhas;
b) A desintegração da família;
c) A independência precoce e egoísta dos filhos;
O primeiro fator é antigo e, na era moderna, tende a arrefecer sua força, haja vista a entrada das mulheres no mercado de trabalho e, de tabela, sua vulnerabilidade às mesmas pressões e problemas que os homens sofrem.
Os dois últimos são fatores modernos, sendo que o segundo – o mais grave - talvez perca força na medida que outras formas de relacionamento se consolidarem e permitirem, sem maiores preconceitos, que um novo núcleo familiar seja redefinido saudavelmente.
Vejo, contudo, o terceiro fator como o mais crescente e diretamente associado ao segundo.
Cada vez mais cedo, os filhos buscam liberdades e independência. Sem saber ao certo o que significam, lançam-se açodados nas mais diversas experiências e se deixam tragar pelo turbilhão da vida moderna.
De repente, não têm mais tempo e interesse em suas mães.
De uma hora para outra, a mãe – muitas vezes já abandonada por outros filhos, pelo pai, pela sociedade e pela saúde – vê-se destituída de seu mundo, abandonada à própria sorte, condenada ao isolamento, à solidão, a um cotidiano chato, monótono, serviçal, de profunda tristeza e constrangedor acabrunhamento.
Obviamente, que filhos precisam voar com próprias asas, muitas vezes vôos altos e distantes. Mas precisam abandonar o ser que lhes agasalhou nas entranhas, lhes aqueceu em noites de insônia e enfrentou o mundo para protegê-lo dos perigos reais e imaginários, dos visíveis e ou não, e tudo isso para que pudessem, os filhos, construírem sua própria história?
O que se vê hoje é um jogo bem orquestrado de simulacros mal engendrados, cujo ato máximo de representação simbólica são esses presentes ofertados em datas comerciais – dia das mães, natal, etc -, que mais servem como catarse para aliviar a culpa psicológica, do que para prestar sincera e justa homenagem ao ser angelical que - mesmo revestido de falhas e defeitos humanos – cumpriu a missão de nos moldar, em muitos aspectos, tal como somos.
Lamentavelmente, a grande maioria dos filhos sequer se reconhece na condição de ingrato. Não conseguem perceber a distância que os separam. Crêem, equivocadamente, que sua atenção, carinho, assistência, respeito e amor são suficientes, quando não equivalentes ao que receberam da mãe.
De regra, não são.
Estão, em verdade, a provocar mais cedo ou mais tarde – pela lei de causa e efeito - a adequada retribuição do universo a seu comportamento, que poderá se manifestar na velhice do porvir ou noutra reencarnação, quem sabe de orfandade, mas que por certo já provocará seus primeiros dons curativos pela dor da perda, enquanto convite para valorização do que se tinha e não se aproveitou.
Na questão 385, do Livro dos Espíritos, os Espíritos Superiores afirmam que o amor maternal é “o maior amor que um ser possa votar a outro”.
Ainda assim, estamos abandonando nossas mães.
Que mundo é este que queremos construir?

domingo, abril 22, 2007

POR UM MUNDO MELHOR



2º Congresso Espírita Brasileiro e o orgulho de ser espírita.
O 2º. Congresso Espírita Brasileiro realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Brasília, de 13 a 15 de abril, foi um evento extraordinário, inesquecível. Muito bem organizado, com delegações de todo Brasil e de vários países, com palestras e conferências de alto nível e maravilhosas surpresas. O desenvolvimento do Congresso se ateve ao tema central: “O Livro dos Espíritos na edificação de um mundo melhor”. Após três dias de intensas atividades, o 2º Congresso Espírita Brasileiro foi encerrado no Ginásio de Esportes Nilson Nelson, com público estimado de 15 mil pessoas e palestra por Divaldo Pereira Franco sobre o tema “Espiritismo – 150 anos de Luz e Paz”.


Mensagens de Joana de Ângelis e Bezerra de Menezes
Na tarde de sábado, o conferencista e médium Raul Teixeira psicografou ao vivo duas belíssimas mensagens, enquanto Divaldo Franco fazia uma conferência brilhantemente culta, leve e altaneira. No domingo pela manhã, foi a vez de Divaldo Franco psicografar ao vivo mensagem espelhada de Joana de Ângelis, escrita em inglês e de trás para frente, enquanto Raul Teixeira palestrava com altivez. Detalhe, mensagens espelhadas só podem ser lidas contra a luz ou com a ajuda de um espelho, por isso foi preciso ajuda (e paciência) de um membro da delegação do Reino Unido para decodificá-la. Na conferência da tarde, Divaldo brindou o público com a incorporação do sempre iluminado Bezerra de Menezes, que exortou a todos ao bom combate.
O público ficou extremamente emocionado com a visita de Bezerra de Menezes e com a informação de que Alan Kardec estava presente.


Transmissão ao vivo
A TVCEI quebrou um recorde para transmissão do 2º Congresso Espírita Brasileiro, quando recebeu mais de 12.500 telespectadores internautas, em 39 países, de quatro continentes do mundo. Ocorreram também transmissões simultâneas pela Rede Boa Nova e pela Rádio Rio de Janeiro.
Lançamento de Selo dos 150 anos de O Livro dos Espíritos

Contando com a participação de alguns diretores dos Correios, o Carimbo Obliterativo e o Selo Personalizado alusivos ao Sesquicentenário da Doutrina Espírita, foram lançados às 9 horas do dia 13 de abril, na solenidade de instalação do 2º. Congresso Espírita Brasileiro.
RADAR

Lançamento da Revista O Consolador


No dia 18-4-2007, quarta-feira, data em que se comemorou o aniversário de 150 anos d´O Livro dos Espíritos foi lançada a revista virtual O Consolador, que terá periodicidade semanal e circulará exclusivamente na Internet.
Participarei como articulista colaborador.
Visite e conheça o primeiro número.

O Consolador
Revista Semanal de Divulgação Espírita
www.oconsolador.com


sábado, abril 07, 2007

EXISTEM PROVAS?

“Não há fé inabalável, senão a que pode encarar face a face a razão, em todas as épocas da humanidade”
(Alan Kardec)



A doutrina espírita nos ensina a termos uma fé raciocinada: convicção. Contudo, Alan Kardec combateu o fanatismo e advertiu os espíritas: caso a ciência prove que o Espiritismo está errado, mudemos o Espiritismo. Neste mês comemora-se no mundo todo os 150 anos do lançamento do Livro dos Espíritos e, não obstante, a doutrina ter atravessado o século de maior desenvolvimento científico da história da humanidade, ela resta incólume, perfeitamente intacta, tal como ensinaram os Espíritos Superiores. No mesmo período, caíram teorias de Isac Newton, de Albert Einstein, de Freud, de Marx, só para ficar em alguns exemplos de grandes pensadores da humanidade.
Como afirmei no artigo anterior, as provas da existência do espírito são vastas. Impossível resumi-las em um artigo. Há dezenas de livros, pesquisas, testemunhos, gravações, fotos e filmagens fidedignas. Poderia citar as várias vivências e pesquisas sobre o modelo organizador biológico (MOB), desdobramento ou experiências fora do corpo (EFC), as experiências no leito de morte (ELM), os registros das terapias de vidas passadas (TVP), as premonições e curas espirituais, as pesquisas de Ian Stevenson sobre reencarnação e as de Hernani Guimarães Andrade sobre Matéria Psi, estes como singelos exemplos.
A vanguarda dos pesquisadores e estudiosos da realidade espiritual já atravessou – faz tempo – a linha demarcatória entre a pesquisa que busca a certeza da existência dos espíritos e o contato. Agora se concentram em aperfeiçoar o contato com o mundo espiritual.
Assim que Chico Xavier lançou o primeiro livro psicografado Parnaso de Além-Túmulo a polêmica, desconfiança, o escândalo instalou-se, pois os 59 poemas do livro eram assinados por 14 poetas ilustres, mas “mortos”, como Castro Alves, Humberto de Campos, Casemiro de Abreu, Olavo Bilac, Cruz e Souza, entre outros.
Em 23 de abril de 1935, o correspondente do Jornal O Globo, Clementino de Alencar, desembarcou em Pedro Leopoldo para investigar e desmascarar a impostura com a elite literária brasileira. O jornalista teve seu orgulho surrado e sua argúcia desorientada. Viu Chico psicografar vários poemas em velocidade vertiginosa, com caligrafia, estilo e assinaturas diferentes para cada autor. Não satisfeito, fez perguntas sobre assuntos diversos, de chofre. Surpreendido, colheu as respostas do mundo espiritual. Aturdido, viu o matuto médium – de formação educacional primária – responder questionamentos em inglês, escrito de baixo para cima, de trás para frente, num amontoado de letras embaralhadas que grafavam o papel em velocidade assustadora e que só podiam ser lidas com ajuda de um espelho, não raro antecipando respostas a desconfianças não reveladas.
Foi a primeira de muitas investigações a que Chico fora submetido. Nenhuma encontrou senão idoneidade e autenticidade do fenômeno, atestado por várias pesquisas e técnicas, tal como a inserta no livro A Psicografia à luz da grafoscopia, que atestou cientificamente a legitimidade da caligrafia e assinatura dos defuntos e transformou o cético professor do Departamento de Patologia Aplicada, Legislação e Deontologia da Universidade de Londrina, professor Carlos Augusto Perandréa, em espírita convicto e fez com que o Jornal O Estado de São Paulo, em editorial, afirmasse que se Chico não recebia os textos de espíritos, deveria ter direito a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras - ABL.
Não à toa que Chico Xavier foi eleito em 2000 o Mineiro do Século pelos leitores da revista Isto É e o Maior Brasileiro da História pelos leitores da revista Época, em setembro de 2006 (Vide artigo O Homem Amor neste blog, postado em setembro de 2006).
Hoje, os centros espíritas buscam cada vez mais aperfeiçoar os médiuns. No primeiro momento da explosão dos fenômenos era a curiosidade que movia os contatos, depois veio a busca por provas da autenticidade, em seguida as perguntas sobre cada aspecto do plano espiritual e, por fim, hoje busca-se o desenvolvimento de condições, técnicas e tecnologia para acessar e aproximar ainda mais os dois planos.
No Rio de Janeiro, no famoso Lar Frei Luiz, são rotineiras as sessões de materialização (ectoplasmia) e cura, com vários registros, inclusive fotográficos.
Nos hospitais, acumulam-se as experiências de quase morte (EQM). Em centros especializados de pesquisa, desenvolvem-se as projeções astrais também chamadas de experiências fora do corpo (EFC).
Dentre as pesquisas mais promissoras e surpreendentes está a Transcomunicação Instrumental – TCI. Sempre houve – apesar das mais robustas provas – alegações de que as mensagens recebidas por médiuns notáveis eram apenas produtos do subconsciente, de telepatia, de sugestionamentos, de crises epiléticas ou fraudes. Então veio o cheque-mate. Deus permitiu a prova peremptória. Em julho de 1959, houve o primeiro registro por aparelho eletrônico de uma voz paranormal, no caso, por uma fita magnética via gravador, captada casualmente por Friedrich Juergenson. Era apenas o início de uma longa empreitada. Atualmente, equipamentos de ponta registram não apenas vozes, mas imagens e cresce a interatividade entre os planos material e espiritual. Detalhe importante para os desconfiados de plantão, a maioria das gravações são feitas no reverso das seqüências dos registros magnéticos e eletrônicos. Ou seja, os espíritos gravam as expressões não no silêncio – o que seria passível de fraude -, mas utilizando o chiado de fundo para formar as palavras que só se tornam compreensíveis se ouvidas de trás para frente. Não existe tecnologia no mundo capaz de fazer isso.
A metodologia e as pesquisas já foram submetidas a peritos independentes e inclusive a várias universidades. Os registros em voz reversa são impossíveis de fraudar. Recentemente, um Laboratório Internacional e Interdisciplinar de Biopsicocibernética, que fica na Itália, confirmou o fenômeno. Ou seja, a voz espiritual gravada por meio eletrônico, por Sonia Rinaldi – a maior pesquisadora de TCI no Brasil -, realmente é a mesma da pessoa já desencarnada, gravada – antes do desenlace - em secretária eletrônica.
Na década de 50 o Vaticano investigou o fenômeno e também atestou sua veracidade, aceita pelo Papa Pio XII como irrefutável, mas com reserva doutrinária, afinal a descoberta colide com um dos dogmas da igreja: a incomunicabilidade dos “mortos”.
O fenômeno é um fato e há no mercado editorial vários livros explicando-o e fornecendo inclusive CD’s com gravação das vozes, que também podem ser escutadas pela Internet, em sítios especializados.
Na esteira dessas pesquisas e fenômenos, expande-se, também, o número de associações de médicos espíritas e tem se qualificado o debate sobre aspectos técnicos da saúde, debate este que tem desbordado dos muros de centros espíritas e associações e invadido universidades e instituições oficiais.
O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria – DSM IV – alerta, expressamente, que o médico deve tomar cuidado ao diagnosticar como alucinação ou psicose ocorrências em pessoas religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas porque isso pode não significar uma alucinação ou psicose.
O número 10, questão F 44.3, do Código Internacional de Doenças (CID), que é utilizado no mundo todo, reconhece a existência dos estados de transe. Faz distinção entre os normais – assim considerados os que acontecem por atuação dos espíritos -, dos que são patológicos, provocados por doença. Distinção similar é encontrada no capítulo dedicado ao estudo das personalidades do Tratado de Psiquiatria de Kaplan e Sadock, que está entre ao mais consultados pelos psiquiatras. Ou seja, a Psiquiatria já reconhece distinção entre o estado de transe normal ou espiritual e o dos psicóticos, que são anormais ou doentios.
Portanto, a pesquisa realizada pelo psiquiatra Alexandre Moreira de Almeida, membro do Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais da USP, que constata que os médiuns são pessoas com plena saúde mental e estão entre os mais ajustados socialmente, não traz novidade, mas apenas confirma as distinções entre transe normal e patológico, já noticiadas acima, e que afastam explicações de que a mediunidade é apenas uma “disfunção”, “um mau funcionamento” do cérebro.
O brilhante psiquiatra Carl Rogers, um dos fundadores da Psicologia Humanista, após anos confrontando tantas evidências da existência do espírito, confessou humildemente:
“Tenho a certeza de que nossas experiências terapêuticas e grupais lidam com o transcendente, o indescritível, o espiritual. Sou levado a crer que eu, como muitos outros, tenho subestimado a importância da dimensão espiritual ou mística.”
Coube ao Prêmio Nobel de Fisiologia, Dr. Charles Richet, a melhor descrição sobre os que estudam desarmadamente os fenômenos espirituais:
“Um primeiro fato é evidente: é que todas as vezes que um sábio assentiu em estudar de maneira aprofundada esses fenômenos, chamados outrora de ocultos, adquiriu a convicção da existência desses fenômenos. Na história da Metapsíquica, não conheço sequer um caso, nem sequer um, de um observador consciencioso que, após dois anos de estudos, tenha concluído por uma negativa.”
As provas estão aí.
Contudo, ainda é conveniente ignorá-las.
Calha, à propósito, a lição de Arthur Clark sobre os cientistas: “Primeiro eles dizem que não existe; depois dizem que é impossível; por fim brigam para provar quem descobriu primeiro.”
A postura radical e irracional de alguns materialistas lembra um dos defensores ardorosos da teoria dos miasmas, que ao ser chamado para ver ao microscópio as bactérias - e assim ter sua teoria contrariada -, esquivou-se da comprovação refutando: Nem vendo eu acredito!

sábado, março 31, 2007

RADAR

150 ANOS DO LIVRO DOS ESPÍRITOS



A Federação Espírita Brasileira – FEB está promovendo em todo país uma série de eventos em comemoração aos 150 anos do lançamento do Livro dos Espíritos, um marco para a nova humanidade.


2º CONGRESSO ESPÍRITA BRASILEIRO


Entre 12 e 15 de abril de 2007 será realizado o segundo Congresso Espírita Brasileiro no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e Ginásio Nilson Nelson, em Brasília. Os principais conferencistas, estudiosos e pesquisadores falarão ao público, dentre eles: Divaldo Franco, Raul Teixeira, Marlene Nobre, Sérgio Felipe e o paraense Alberto Almeida, que no sábado a tarde abordará o tema A busca da felicidade, no simpósio Esperanças e Consolações.
Uma caravana de espíritas paraenses estará marcando presença no evento.


MEDNESP 2007


Será em São Paulo e em junho de 2007 o próximo Congresso da Associação Médico-Espírita do Brasil e da AME Internacional.
Já confirmaram presença o pediatra de Seatle e grande pesquisador da Experiência de Quase Morte (EQM), Dr. Melvin Morse; o prof. emérito de Psicologia Dr. Erlendur Haraldsson, pesquisador da reencarnação e da sobrevivência da alma; e a volta do brilhante Dr. Amit Goswami, físico quântico, prof. titular da Universidade de Óregon e escritor de várias obras como Universo Autoconsciente.


POR UM MUNDO MELHOR

O Movimento Nacional em Defesa da Vida realizou no dia 24 de março de 2007, na Praça da Sé, em São Paulo, um ATO PÚBLICO EM DEFESA DA VIDA, com o intuito de promover uma mobilização da sociedade brasileira, para que possa firmar o seu posicionamento contrário à legalização do aborto.
O movimento reuniu cerca de 5 mil pessoas e está monitorando a atuação dos deputados e senadores quanto aos projetos que tratam do tema.

segunda-feira, março 12, 2007

ESPÍRITOS EXISTEM?




“Substituir o exame pela mofa, é cômodo, mas pouco científico. Quanto a nós, julgamos que o dever elementar da ciência é pesquisar todos os fenômenos, pois a ciência, se os ignora, não tem o direito de rir; um sábio que ri do possível, está bem perto de ser um idiota.”

(Victor Hugo, poeta francês, em sua obra William Shakespeare)



Espíritos existem?
Sim, já não há apenas provas, mas muitas, diversas e produzidas por cientistas de renome, muitos dos quais céticos, sem qualquer ligação com nenhuma religião.
Então, se é assim, porque não se divulga isso?
Há muita pesquisa divulgada, mas o assunto mexe e repercute em aspectos importantes da vida: crença, fé, valores morais, estilo de vida, interesses. Ou seja, não é fácil aceitar este fato. É, ainda, cômodo e interessante negá-lo ou simplesmente ignorá-lo.
Este artigo é um exame crítico sobre como o assunto é conduzido por parte da mídia e ciência. Foi difícil escrevê-lo, porque há tanta informação interessante que é impossível resumi-las, em espaço tão pequeno, sem prejuízo do conteúdo.
A revista Superinteressante de março de 2007, edição 237, traz como matéria de capa o tema Espíritos: para ciência eles não existem e pronto. Segundo a revista, a reportagem teria apurado que a personalidade, inteligência, caráter seriam resultado das conexões cerebrais. Por isso conclui: “Quando morremos, as células têm o mesmo fim, sem deixar possibilidade para a alma ou fantasmas aflorarem”.
A qualidade de uma reportagem resulta, entre outras coisas, de basear-se em ampla pesquisa, em neutralidade e no maior número de fontes fidedignas e de opiniões diversas sobre o assunto. Do contrário, não se está ofertando notícia, mas se defendendo uma visão específica sobre os fatos que – como de todos é sabido -, não necessariamente é a verdadeira, mas aquela que acomode determinados interesses ou a cultura vigente.
Sobre esta prática da mídia de apagar as provas contra a cultura predominante, o jornalista Ronie Lima em sua excelente obra A Vida Além da Vida[1] declara: “ Mas por que esse lapso, esse apagar da memória de uma época? Para mim, como jornalista, isso não é propriamente surpreendente. Conheço bem esse processo lento e, na maior parte, inconsciente de esquecimento social. Episódios contrários ao senso comum podem até ser divulgados pela mídia, aqui e ali, em geral de forma folclórica, mas acabam abandonados nas entrelinhas da história, vitimados pelo filtro da cultura dominante. Em cada momento, padrões de notícias, de livros, de sistema educacional se tornam o pensamento hegemônico por sua reprodução constante – nada mais tendo valor.”
No caso da reportagem da Superinteressante, vê-se isso, além de paradoxos e erros, com todo respeito, palmares.
Dentre os paradoxos da referida reportagem está a notícia que recente pesquisa científica comprovou que os médiuns não são “anormais” ou doentes mentais e, noutro momento - depois ouvir apenas uma ala materialista da ciência - concluir que a mediunidade é resultado de um surto epilético. Opa, mas se a própria ciência materialista provou que os médiuns são absolutamente saudáveis, como falar em epilepsia?
Merece correção, também, a afirmação de que algumas civilizações registraram fenômenos mediúnicos. Isto não é exato. Todas as comunidades, sociedades, civilizações – sem nenhuma única e elementar exceção – registraram a mediunidade, com nomes e manifestações diversas. Isto é fato, não é fé.
Dizer, então que com a morte da célula a matéria desintegra-se e não há como disso sair um espírito é, data venia, ignorar completamente não apenas o Espiritismo, mas qualquer noção primária do espiritualismo moderno e de vastas pesquisas científicas já realizadas. É, por assim dizer, afirmar que o espírito resulta da matéria, o que equivale afirmar que o não funcionamento da TV torna impossível a existência dos atores.
A reportagem também cita experiência onde cientista, após excitar determinada área do cérebro de uma paciente, teria provocado nela visões. Com isto - veja-se que “prova irrefutável” -, concluiu-se que espíritos não existem, são apenas imagens distorcidas de um cérebro em mau funcionamento.
A seguir este raciocínio chegaríamos a conclusões aberrantes. O mesmo médico pode, por exemplo, excitar o cérebro de uma pessoa não epilética e provocar uma crise de epilepsia. Poderíamos, então, concluir que a epilepsia não existe?
Manipulando átomos de urânio a ciência cria as condições necessárias para manifestação da radiação nuclear. Manipulando partes do cérebro a ciência cria condições eletromagnéticas para acesso a estados alterados de consciência que se conectam como planos sutis de existência ou mesmo com os arquivos do inconsciente. A realidade das forças subatômicas preexiste à manipulação do urânio. Está lá, é elemento da natureza. Basta criar condições e a radiação emerge ostensivamente.
A realidade espiritual também preexiste e interage dinâmica e ininterruptamente com o mundo físico. É elemento do universo. Basta criar condições e ela emergirá, não como um resultado químico, fictício de campos eletromagnéticos, mas como realidade acessada por estes.
A ser de outro modo, poderíamos concluir que nada do que vemos realmente existe, é apenas efeito óptico da luz que gera uma imagem estimulada em nosso cérebro. Como provar? Basta apagar as luzes e não veremos nada. Como provar que os espíritos não existem? Fácil, basta parar de estimular o cérebro e eles somem. É exata e rigorosamente o mesmo raciocínio.
Caso você quisesse saber uma opinião imparcial sobre a existência de extraterrestres você perguntaria isso a um ufólogo? Caso você quisesse saber uma opinião neutra sobre a devastação das florestas na Amazônia, você perguntaria a um madeireiro que sobrevive da referida floresta? E sobre a existência de Deus, o ateu materialista é a pessoa mais indicada para dar opinião eqüidistante a respeito?
De um modo geral, esse é o tipo de abordagem usado pela mídia. De regra, ouve-se não a ciência, mas a ala materialista desta ou quando se ouve um cientista de outra opinião, apresentam-no não como cientista, mas como fiel. Só para ficar num singelo exemplo, existem várias associações de médicos espíritas no Brasil e uma entidade nacional, que têm vários estudos científicos publicados e várias teses de mestrado defendidas e aprovadas em academias de todo Brasil. Essas entidades promovem dezenas de eventos nacionais e internacionais para intercâmbio de estudos e controle de qualidade metodológica. Em 2006, os Estados Unidos e vários países da Europa tiveram encontros de Medicina com esta abordagem. A usar a mesma postura destas reportagens – e, ao reverso, desconsiderar a ala materialista -, seria exato então afirmar, categoricamente, que a ciência já comprovou a existência do espírito. Por que silenciar sobre isso? O público tem o direito de ter acesso a tais informações e ele próprio tirar suas conclusões e não se afirmar que a ciência pensa ou provou isto ou aquilo.
Repetem-se erros crassos e expõem-se paradoxos evidentes. Segundo a ciência..., que ciência? Não existe uma ciência, nem um órgão internacional que fale em nome da ciência oficial e mundial. Muito pelo contrário, não raro os cientistas se contestam reciprocamente, mesmo porque isso faz parte da saúde da pesquisa científica. Sobre o assunto em questão, o que não faltam – e aliás são muitos e em número crescente – são cientistas, alguns especialistas de renome, que defendem convictamente a existência dos espíritos. Então, noticiar que a ciência afirma que os espíritos não existem é não apenas um erro, mas uma grave distorção da verdade.
No mercado editorial nacional e internacional existem centenas de livros escritos sobre pesquisas e teses científicas e por cientistas que não pensam como os materialistas.
Seria mais honesto dizer que os cientistas materialistas – a grande maioria atéia – é que defendem esta bandeira. Importante que os leitores saibam, também, que embora seja crescente o número de cientistas que já aderiram à Nova Ciência – permita-me usar esta expressão – a maioria é não apenas materialista e atéia, como extremamente preconceituosa e fechada para estas questões, o que é, ressalte-se, anticientífico, pois o correto e ético não é negar a priori, mas pesquisar com isenção, sem preconceito ou idéia pré-concebia, como fazem, de regra, os materialistas, que adoram – vejam que ironia – acusar os religiosos de fanáticos, passionais e irracionais. Como são eles que detém os principais cargos nas universidades e centros de pesquisas e, portanto, que decidem quem leva financiamentos e quem ficará à margem, excluído, desacreditado, advinhe qual o resultado? No meio acadêmico, o bom nome, o prestígio é imprescindível para se conseguir bolsas, financiamentos, bons empregos, publicação de artigos e livros, pomposos convites, homenagens, prêmios. Quantos desses materialistas estão dispostos a por em risco esse tal estado de coisas?
Calha à fiveleta citar o jornalista Upton Sinclair: “É difícil conseguir que uma pessoa compreenda alguma coisa quando o salário dela depende de não compreender isso.”
Há poucos anos vários astrólogos assinaram manifesto protestando contra a política de financiamento nos EUA, que só apoiava pesquisas para provar a teoria do Big Bang, em detrimento das pesquisas que tentam provar outra origem ao universo. No início de 2007, vários cientistas denunciaram sofrer pressão para mudarem suas conclusões sobre o aquecimento global e outros denunciaram que seus relatórios são censurados e distorcidos por membros do Governo Americano. Os brilhantes físicos Fritjof Capra e Amit Goswami são exemplos recentes do que acontece com quem se aproxima da espiritualidade.
Infelizmente, quem ousa enfrentar o status quo paga um preço caro. Sobre a perseguição ao notável Sir. Willian Crookes, o russo Alexandre Aksakof informa: “A opinião pública mudou logo; o sábio, tão glorificado no começo, foi coberto de zombarias e epítetos desagradáveis. Outro qualquer, que não fosse o Sr. Crookes, não teria resistido, mas seu caráter era tão puro que ele não pôde recuar diante de suas observações”.
Mais tarde, após anos de perseguição desonesta e hostil, Sir. Crookes pronunciou-se: “Trinta anos se passaram desde que publiquei as atas das experiências tendentes a mostrar que fora dos nossos conhecimentos científicos existe uma força posta em atividade, por uma inteligência diferente da inteligência comum a todos os mortais. Nada tenho que retratar dessas experiências e mantenho as minhas verificações já publicadas, podendo mesmo a elas acrescentar muita coisa.”
Quem foi Willian Crookes?
Foi um dos mais notáveis cientistas do século XIX. Em 1963 foi eleito membro da Royal Society e foi presidente da entidade, além de presidente da Chemical Society, do Institution of Electrical Enginneers, da British Association e da Society for Psychical Research. Dentre suas contribuições científicas, ficou conhecido por ter descoberto o Tálio, elemento químico número 81 da tabela periódica, o radiômetro, o espintariscópio, o tubo de raios catódicos, entre outros. Ainda trabalhou na divulgação da ciência, fundando o Chemical News e foi editor do Quarterly Journal of Scienci. Recebeu várias homenagens e títulos, como a Royal Gold Metal, em 1875; a medalha de ouro e 3000 francos da Academia de Ciências da França, em 1880; a David Medal, em 1888; a Sir Joseph Copley Medal, em 1904; e pela Rainha Victória foi nomeado Cavaleiro em 1897 e ganhou a ordem do mérito em 1910.
Na época Crookes resolveu investigar com rigor científico os fenômenos do Spiritualism que pululavam na Europa. Seus pares na ciência e a imprensa festejaram. Um sábio da ciência, finalmente, ia estudar e desmascarar fraudes e explicá-los racionalmente. Entre 1869 e 1875 foi realizada ampla e rigorosa pesquisa, contando com vários médiuns e testemunhas. Concluída a pesquisa, afirmou Crookes: “Considero meu dever enviar primeiro à Royal Society, porque assim fazendo, eu deliberadamente lanço o peso de minha reputação científica em apoio à verdade daquilo que envio.” A conclusão do notável cientista? Espíritos existem! Qual não foi a decepção da comunidade científica que logo reagiu com ironias e críticas. Em resposta, Crookes convidou-os a acompanharem as pesquisas e ofertou, para perplexidade de todos, fotos da materialização do espírito de Katie King. Escândalo, que logo deu lugar a mais vil calúnia e perseguição.
Em entrevista, 1917, na The International Psychic Gazette afirmou: “Nunca tive jamais qualquer ocasião para modificar minhas idéias a respeito. Estou perfeitamente satisfeito com o que eu disse nos primeiros dias. É absolutamente verdadeiro que uma conexão foi estabelecido entre este mundo e o outro”.
Outro ilustre pesquisador que sofreu duras perseguições foi o Cavaleiro da Legião de Honra e médico Paul Gibier. Discípulo de Louis Pasteur - o biologista que descobriu a vacina contra a raiva -, membro da Academia de Ciências de Nova York e da Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres, desabafa no livro As Materializações de Fantasmas: “Quando, por haver proclamado um fato, porque cremos saber que ele existe, vemos as portas da carreira que nos parecia destinada se cerrarem diante de nós, e até nossos mestres, colegas e amigos mais estimados darem ouvidos às baixas calúnias e se desviarem de nós. (...) Mas, enfim, é chegado o momento em que temos a satisfação de ver a avalanche de fatos crescer todos os dias.”
Tratar o tema existência de espíritos tão-somente como artigo de fé ou episódico objeto de interesse da ciência é, para além de um equívoco axiológico, um simplismo tosco.
O tema atinge, inevitavelmente, todos os quadrantes da civilização, desde a educação em vigor até o materialismo científico, passando pela cultura, forma de organização da sociedade, fundamentos da ética, política, saúde, definição de morte e, claro, religião.
Caso um dia você acordasse e no noticiário de todos os jornais do mundo estivesse estampado que foi comprovada a existência de espíritos, as conseqüências iriam muito além do mal estar em um punhado de religiosos e materialistas. Teríamos que rever 90 % do conhecimento científico e cultural da humanidade. Seria, de longe, a maior revolução de toda história. Quantos livros, reportagens, teses, modismos, consumos, desejos e “verdades” se tornariam lixo cultural? Quantas instituições seriam revistas? Quantas religiões se esfacelariam? Quantos mestres se tornariam discípulos? Quantas cátedras seriam abaladas? Quantos carreiras e negócios seriam atingidos? Quantos interesses seriam contrariados?
O mundo passaria a se perguntar: se existem, onde e como vivem? Eles podem se comunicar? Eles influenciam nossas vidas? Podemos rever amigos e entes queridos que partiram?
A questão da existência dos espíritos é universal, transcende religiões e doutrinas – inclusive o Espiritismo – é um fato que está vindo à tona gradativamente, sem pressa ou atropelo, nos quatro cantos do mundo, e tal como é indiferente amar ou odiar a lei da gravidade para que ela exista, a existência dos espíritos prescinde de nosso ponto de vista, fé ou interesse, para impor-se como fato e verdade inexorável.
No próximo artigo, faremos uma síntese das muitas provas irrefutáveis da ciência sobre existência do espírito.

[1] Nota: LIMA, RONIE. A Vida além da Vida, editora Mauad X, 2º edição, Rio de Janeiro, 2005, pg. 35.