domingo, agosto 22, 2010

REENCARNAÇÃO, OVNIS E PRECONCEITO



“Após haverdes eliminado o impossível, aquilo que resta, mesmo o improvável, deve ser a verdade.”
Arthur Conan Doyle

No domingo (08.08.2010), o programa Fantástico, da Rede Globo, exibiu uma reportagem onde duas mulheres declaravam que eram reencarnações de outras pessoas já mortas. A reportagem foi superficial. As pesquisas sobre reencarnação estão muito mais avançadas. A matéria poderia ter se baseado nos rigorosos estudos do notável pesquisador brasileiro Hernani Guimarães Andrade. Até quando citou as pesquisas de Ian Stevenson não destacou um de seus pontos mais fortes, que é o trabalho de campo, confirmando informações in locu de lembranças de vidas anteriores. Trabalho sério e rigorosamente científico que mereceu o reconhecimento público do badalado astrofísico Carl Sagan.
Quem já assistiu o filme Minha Vida na Outra Vida e viu – no crédito extra da apresentação - as fotos reais de duas gerações reencarnatórias se reencontrando, sabe do que estou falando. É fato, não é ficção.
De tudo que passou na reportagem, o que mais me chamou atenção foi a postura de uma das mulheres que se dizia reencarnação de outra pessoa. Foi dela a frase que melhor condiz com o estágio de pesquisas sobre reencarnação: _ em breve será considerada uma lei biológica. Essa é a opinião convergente dos maiores estudiosos sobre o assunto. Mas, contraditoriamente, esta mesma mulher participou da reportagem envolta numa penumbra que impedia a identificação de sua identidade. Por que?
Medo de preconceito, de ser ridicularizada e motivo de galhofa. É a resposta.
Impressiona como diante do conhecimento acumulado em dezenas de pesquisas pelo mundo, de tantas informações disponíveis a respeito do tema, a estupidez e a ignorância ainda prevaleçam.
Coincidentemente, alguns dias depois da reportagem uma notícia ganhou espaço na mídia nacional: a Aeronáutica publicou portaria orientando o que os pilotos e controladores de vôo devem fazer quando avistarem ou registrarem Objetos Voadores Não Identificados – OVNIS.
Depois da imensa repercussão, a Aeronáutica ensaiou singelo recuo e disse que isso não significava que estava admitindo a existência de OVNIS. Por que?
Medo da reação preconceituosa, de ser ridicularizada e perder credibilidade. É a resposta.
Não é demais lembrar que também foram objetos de ironias e objeções: o telefone, a física quântica, a invenção do avião, a teoria dos micróbios, a primeira operação do coração, a teoria de Gaia, a capacidade terapêutica da fé, para ficar em poucos exemplos. E assim caminha a humanidade. Os brilhantes físicos Marcelo Gleiser, Carl Sagan e o genial astrofísico Steven Hawking defendem, com argumentos científicos, a existência de vida em outras partes do universo. Destes, Steven Hawking é o mais explícito e ousado. Recentemente ponderou:
“– Se alienígenas nos visitassem agora, o resultado seria muito parecido com o que aconteceu quando Colombo chegou à América (do Norte): não foi nada bom para os povos nativos. Esses alienígenas avançados talvez sejam nômades, procurando conquistar e colonizar quaisquer planetas que eles consigam alcançar.”
É verdade que a ufologia abriga algumas teorias estranhas, relatos bizarros, fraudes e virou um comércio lucrativo. Mas essas ressalvas se aplicam a quase todas as áreas do conhecimento humano, nem por isso a essência deles é abalada.
Óbvio, muito óbvio, que a portaria é sim uma admissão pública de que há tempos a Aeronáutica observa, registra e mantém informações sobre OVNIS. Qual seria o sentido de uma instituição respeitada como a Aeronáutica baixar uma portaria sobre algo que supostamente não existe, que não tem importância e que não deve ser levado a sério? Se fosse para regulamentar registros de mitos, fantasias ou ícones culturais que voam, a portaria deveria ter incluído a obrigação de registros dos vôos de bruxas, fadas, de dragões e do Papai Noel...
A declaração foi um recuo desnecessário. Afinal é de conhecimento público a existência de milhares de arquivos da Força Aérea Brasileira e, por exemplo, a realização em 1977 da Operação Prato no Pará, naquele que foi considerado o fenômeno UFO mais intrigante da ufologia nacional e um dos mais citados na ufologia mundial.
De qualquer forma, a portaria foi um festejado avanço. Com a portaria, o Brasil torna-se protagonista e deve se tornar um dos países mais transparentes no que tange ao acesso a documentos oficiais sobre UFOS.
A portaria da Aeronáutica coincide também com a entrevista do ex-Ministro da Aeronáutica, Sócrates da Costa Monteiro, à revista UFO, onde a autoridade militar confirma não só a existência de OVNIS, como também o monitoramento deles pela Aeronáutica e a existência de vários documentos oficiais secretos sobre a temática. Aliás, fontes da Aeronáutica falam em doze toneladas de documentos sobre o assunto. Sócrates afirma categórico: “Se tivessem me pedido para abrir os arquivos secretos na minha época como ministro da Aeronáutica, eu abriria”.
Não é a primeira vez que um Ministro da Aeronáutica admite o registro de OVNIS. Confira a fantástica entrevista do Ministro Brigadeiro Moreira Lima, de várias autoridades e testemunhas sobre o episódio, ocorrido em 19 de maio de 1986, que ficou conhecido no movimento ufológico como a noite oficial dos ufos no Brasil. http://www.youtube.com/watch?v=D2yNqoB-tUc
Na verdade, a postura da Aeronáutica precisa ser contextualizada em um cenário mais amplo. Nos últimos anos, governos do mundo todo começaram – ainda que timidamente – a admitir a existência de OVNIS e a disponibilizar documentos sobre o assunto. Vários países já liberaram documentos oficiais ou reconheceram o fenômeno, dentre eles: França, Inglaterra, Bélgica, México, Chile e Equador. Alguns países têm não só divulgado seus documentos até então secretos, como resolveram constituir comissões oficiais para catalogar, monitorar e estudar o fenômeno. Em 2008, o Ministério da Defesa da Inglaterra resolveu liberar alguns de seus arquivos. Há imagens que falam por si sós e vale conferir: http://www.youtube.com/watch?v=QIKQw47TDmY. Há cerca de duas semanas, o governo britânico admitiu que Winston Churchill vetou a divulgação de relatórios sobre o fenômeno UFO para evitar consternação pública.
Enquanto isso, flagrantes incríveis ocorrem perante câmeras de TV em várias partes do mundo, como aconteceu no último dia 12 de agosto no Chile. Veja a matéria completa, notadamente o vídeo (parte 2): http://www.ufo.com.br/noticias/ufo-e-flagrado-por-equipes-de-tv-no-chile Lamentavelmente a grande mídia, de um modo geral, noticia o fenômeno UFO com sensacionalismo ou ironia ou desconfiança. Não raro, destaca entrevistas com céticos de plantão ou relata fraudes para descartar outras opiniões, provas e concluir – simploriamente - que o fenômeno é duvidoso. Quando, no entanto, depara-se com filmagens incontestáveis resume-se a catalogar o fato no vasto e cômodo rol do inexplicável. É mais fácil e menos arriscado.
Pior que isso são os fraudadores. E são muitos. Há quem faça por troça, outros por dinheiro, vários para aparecer e muitos por falta de caráter ou para “provar” que o fenômeno não existe, como se fosse possível provar a inexistência dos dinossauros com uma foto falsa ao lado de um deles no centro de São Paulo. É o mesmo tipo de gente que desacredita várias áreas da sociedade: ciência, religião, política, esporte, etc. Só servem para criar desconfiança e atrasar a evolução da humanidade. Não merecem crédito, nem atenção.
Por isso a importância do reconhecimento oficial do fenômeno UFO. Um tratamento sério, transparente e rigoroso trará, paulatinamente, várias conseqüências positivas. Dá acesso público, no Arquivo Nacional, a uma parte nebulosa da história de nosso país. Ao confirmar por documentos certos fatos e fenômenos, resgata a credibilidade de pessoas que eram consideradas loucas, tolas ou mentirosas. Escancara um novo campo de estudos e pesquisas. Deve, a longo prazo, ser um fator de refino de hipóteses e teorias. Reconhece, ainda que indiretamente, a seriedade do assunto e o põe na pauta do Estado e da humanidade. Vai encorajar mais cientistas sérios e estudiosos idôneos para o engajamento na pesquisa ufológica. Permitirá o controle social da transparência e fidedignidade das informações e o amadurecimento de massa crítica. Deve servir de referência para outros países abrirem seus arquivos. Empareda os céticos de profissão e põe as ironias na conta da insciência.
O fenômeno em si ganha, cada vez mais, status de fato notório e incontestável. Até este nível – o da existência do fenômeno -, é seguro fazer afirmações. Já não se pode dizer o mesmo para as hipóteses explicativas das muitas conseqüências do fenômeno UFO. Pululam especulações e muitas controvérsias, o que torna o vôo neste nível da Ufologia algo turbulento, que exige cuidados redobrados. Tomemos um exemplo. O clássico e instigante livro – que virou documentário – Eram os Deuses Astronautas escrito pelo suíço Erich Anton Paul von Däniken mostra - com algum exagero e imprecisão, é bem verdade – fortes indícios de que estamos sendo visitados há milênios. Agora, fazer afirmações sobre intenções e planos dos visitantes, é outra história.
O Espiritismo foi precursor na notícia sobre vida em outras dimensões e noutros pontos do universo. Trouxe ao mundo a notícia, quando ela parecia mais uma heresia imbecil. A Ufologia só surgiu 90 anos depois do Espiritismo, que esperou 150 anos para começar a ter confirmada oficialmente um de seus postulados: outros mundos habitados. Hoje, estudiosos espíritas como Pedro de Campos se destacam na conexão entre estas duas áreas do conhecimento. Nenhuma novidade para quem conhece a revelação de Jesus: _ Há muitas moradas na casa de meu Pai.
Apesar de todas as evidências, ninguém espere aceitação massiva do fenômeno. Muito pelo contrário. O comodismo de não se arriscar a chacotas e preconceitos incentiva a paralisia mental, a ignorância e a covardia. Independência crítica e liberdade intelectual não se coadunam com mentes condicionadas ao espírito de boiada. Maturidade intelectual exige, antes de tudo, compromisso com a verdade. E pela verdade, pode-se pagar caro. É uma dívida que só o tempo quita.


domingo, agosto 08, 2010

PAI

“Pai nosso...
Santificado seja teu nome.”
(Jesus)




Mãe é mãe. E o pai?
Diz-se que o amor de mãe é incomparável. E o de pai?
Infelizmente muitas pessoas só dão o devido valor ao pai quando ele se vai.
Vai o pai, fica um vazio, a falta de referência ou, como prefiro, uma incompletude.
No universo, há o fenômeno das polaridades: luz\sombra; positivo\negativo; bem\mal; masculino\feminino.
Polaridade não se restringe ao diferente, quer – antes – representar integração para completude. A essência de um só existe, se justifica ou se sublima pela essência do outro.
A sabedoria divina juntou o homem e a mulher no projeto da concepção da vida. Cada um tem seu papel e suas responsabilidades. Ambos se devem cooperação recíproca. Não sem razão que crianças que crescem longe de seus pais sofrem graves efeitos em suas vidas. Desde distúrbios psicoemocionais até propensão a vícios, agressividade, promiscuidade e baixo rendimento escolar.
Neste dia dos pais, milhões de genitores no mundo todo estão sofrendo longe de seus filhos, vítimas da alienação parental, que se dá quando a mãe afasta, manipula, cria atritos na relação entre pai e filho. Muitas tentam atingir os pais, sem perceberem o estrago que causam a seus filhos e a si mesmas, semeando no futuro problemas que ela mesma vai ter de enfrentar.
Lamentavelmente, a sociedade é extremamente tolerante e indiferente a este problema. Inclusive os homens que só tomam consciência deste drama quando estão na condição de vítimas.
Sim, há péssimos pais. Pais consangüíneos que não tem nem afinidade, nem suficiente evolução espiritual. Mas a situação não é diferente com as mães. Sabemos que temos famílias espirituais, que são grandes grupos de gostos, valores e interesses afins. As famílias consangüíneas não se confundem com as famílias espirituais. É comum que dentro de um núcleo familiar, reencarnem espíritos estranhos, antipáticos e até antigos inimigos. Podem vir na condição de filhos, esposas, maridos, irmãos e de mãe ou de pai.
Mais um motivo para valorizarmos também a paternidade. Não, não se trata de valorização pela via de presentes e agrados materiais. Mais importante é reconhecermos que pais, tanto quanto mães, são pilares da criação dos filhos. A paternidade é uma das mais abençoadas missões sagradas.
Bons pais devem ser festejados, homenageados. Mas isso não é o mais importante. Relevante mesmo é ouvi-los, respeitá-los, é acima de tudo honrá-los. É tê-los como exemplo e – o mais básico – não abandoná-los no inverno da velhice.
Quando uma mãe afasta um filho de um pai para se vingar, quando um pai não educa um filho ou este abandona seu pai, cada qual assume perante a Justiça Divina uma grande dívida. E será cobrada, cedo ou tarde.
Gostaria de viver em um mundo onde os pais fossem mais respeitados. Não como provedores, nem como heróis, tampouco como seres especiais. Bastaria que olhássemos para cada pai como um co-criador, um reflexo de algo maior: Deus. Ou como Jesus preferiu: Pai.