segunda-feira, dezembro 31, 2012

CICLOS EVOLUTIVOS


 

                        A vida é feita de ciclos e a nossa evolução também interage com eles.

                        Ao contrário do que alguns alardeavam, 21 de dezembro de 2012 nunca foi a data do suposto final de mundo.  Trata-se apenas de uma data que marca mais uma renovação de ciclo evolutivo, segundo a cultura maia.

                        Em verdade, essa interpretação de ciclos coincide com outras grandes tradições religiosas e com vários aspectos de nossas vidas.

                        Assim ocorre com o final de cada ano. É hora de fazer um balanço, de avaliar como foi o ano que se foi, o que pretendemos para o ano que inicia e conectá-lo ao propósito de nossa existência.

                        A rigor, esse fenômeno transcende a mera tradição cultural. Diz respeito a nossa essência humana, ao propósito de nossas vidas. Ou seja, é o momento onde avaliamos se a vida que estamos levando está nos levando para o objetivo de nossa existência, para os compromissos que assumimos em nossa encarnação.

                        A questão 132 do Livro dos Espíritos nos ajuda no assunto.  Kardec pergunta aos Espíritos: Qual a finalidade da encarnação dos Espíritos? Da longa resposta colho um trecho que resume tudo: “Deus a impõe com o fim de levá-los à perfeição: para uns, é uma expiação; para outros, uma missão. (...) A encarnação tem ainda outra finalidade, que é a de pôr o Espírito em condições de enfrentar a sua parte na obra da Criação. (...)”

                        Por isso, desejo que cada um dos leitores desse blog aproveite o momento para uma profunda e serena reflexão sobre a conexão entre os rumos atuais de sua vida e o propósito de sua existência.

                        O ideal não é apenas pensarmos no que queremos para o próximo ano. E sim para as próximas décadas, sobre qual legado deixar após nossa breve passagem pela matéria densa.

                        Não percamos de mente que a nossa vida não é apenas nossa. Temos compromisso com a obra divina, com o bem coletivo, com as conquistas humanitárias, como bem ressaltaram os Espíritos à Kardec.

                        Quem vive só para si, está desconectado do propósito maior da vida. Ainda não nasceu espiritualmente.

                        E esse é um bom momento para o parto.

                        É hora de mudanças.

                        Ótimo ano de 2013 a todos.

                        Obrigado por me acompanharem.

                        Esse ano promete novidades.

                        Sigamos em frente!

 

JESUS ESTÁ CONOSCO, MAS ESTAMOS AJUDANDO?

“Jesus está conosco, mas estamos ajudando?”

 
O autor do livro A Grande Transição da Terra: o sentido de urgência diz que é preciso libertar o homem da mentira que o sistema nos impõe ao associar felicidade a consumo

Denis Gleyce Pinto Moreira (foto) nos disse que teve a bênção de ter nascido na cidade de Belém do Pará, onde reside atualmente e exerce o cargo de Advogado da União. Nos últimos anos tem focado sua atuação profissional na área socioambiental.
Espírita há 20 anos, aproximadamente, não chegou
ao Espiritismo como um processo de conversão e sim de descoberta. Adequou-se prontamente aos seus postulados, entendendo que já os conhecia de algum tempo e lugar. Participa do Centro Espírita Jesus de Nazareth e do Grupo Amor e Caridade, ambos em Belém.


Recentemente lançou pela Editora Lumen a excelente obra A Grande Transição da Terra: o sentido de urgência. Em uma das suas viagens de lançamento da obra, conversou conosco de forma gentil e amiga.

Como foi sua iniciação no Movimento Espírita?

Dois livros me conectaram ao Espiritismo: Exilados de Capela, de Edgar Armond, e Depois da Morte, de Léon Denis. Este me arrebatou e sua espiritualidade eloquente apaixonou-me e arrastou-me ao estudo do Espiritismo. Foi um divisor de identidade pessoal, uma pessoa antes e outra depois.

Como vê a grande transição da Terra, conforme o título do seu livro recentemente lançado pela Lumen Editorial?

Sob o ponto de vista geral, a Grande Transição é a sinergia de um conjunto de fatos e fenômenos que funcionam como elo entre o final de um ciclo evolutivo e o início de outro, viabilizando não só um processo simultâneo de progresso do planeta, da humanidade e da espiritualidade, mas também um processo seletivo, que envolve ampla migração de Espíritos entre planetas, readequando o quadro geral das populações espirituais e humanas envolvidas. Sob o ponto de vista íntimo de cada ser, a Grande Transição é um estado de espírito, afetado profundamente pelos acontecimentos deste período que promovem uma transição no íntimo do que somos e do que seremos.

Como construir o ser ético nestes tempos de transição?

A resposta é complexa, porque somos seres complexos. No entanto, posso resumir afirmando que a doutrina espírita fornece elementos suficientes para uma vida ética. O que tenho destacado é que um aspecto relevante dessa ética é nossa atitude para com o planeta. Nesse prisma, permita-me provocar o leitor: ser indiferente à destruição que está acontecendo na Terra é ético?

O que seria a transição individual?

O filósofo pré-socrático Heráclito destaca a importância da mudança. Ninguém pisa no mesmo rio duas vezes, porque o rio e a pessoa mudam. Ou seja, a mudança faz parte da dinâmica do universo e da vida. Precisamos da mudança, do movimento, da transformação. Assim como o planeta passa por grandes mudanças, temos também de nos sintonizar com essas mudanças, temos de fazer nossa transição individual. Se a transição planetária exige mais cuidado com a natureza, temos de promover essa mudança em nossas vidas. Se a transição planetária exige mais paz, temos de promover esse valor em nossa conduta. Se a transição planetária exige que pensemos mais no coletivo, temos de transitar do individualismo para a solidariedade. Em suma, a transição individual é a mudança de nosso modelo mental individualista, materialista e insustentável para um modelo coletivo, espiritualizado e sustentável.

Atualmente verifica-se um aumento muito grande nas doenças psiquiátricas. Pode discorrer sobre o fato?

Esse é um fenômeno que tem chamado a atenção de muitos estudiosos. Dentre as explicações possíveis está a constatação de que nossa mente está adoecendo mais. Outra hipótese é que o aumento de situações caracterizadas como doenças psiquiátricas atende a interesses do mercado da indústria farmacêutica. Para além dos estudos psiquiátricos, outras áreas do conhecimento confirmam que vivemos um momento de mal-estar civilizatório. As pessoas sentem que há algo de errado.

Como foi seu engajamento nas propostas ecológicas? Qual seu objetivo?

Viver na Amazônia possibilita um engajamento natural nessa temática. A cada dia que nasce temos notícias de graves problemas ambientais acontecendo, alguns que nos afetam diretamente, outros de forma reflexa. Por outro lado, aqui vivem grandes pensadores, ativistas e líderes da causa ambiental e muitos são espíritas. Portanto, temos um ambiente intelectual, cultural e espiritual que propicia a interação de ativismo ambiental com espiritualidade. Meu objetivo é mostrar a relação da natureza com a espiritualidade, mostrar o poder da atuação individual e em rede. Demonstrar a complexidade do desafio, o sentido de urgência e que faz diferença sim o envolvimento de cada um. Como autor, tento viabilizar ao leitor a tríade de ouro: refletir, preparar-se e agir.

Em sua opinião, como os espíritas podem participar com eficácia nesses debates?

Não há dúvida sobre isso. Não só podem. É um dever ético, sobretudo porque temos consciência que o planeta está passando por um período turbulento de transição. E não deve ser envolvimento apenas em debates. Não temos mais tanto tempo para somente boas intenções. Precisamos agir como cidadãos, cobrando mudanças e aderindo a novos hábitos, como consumidores, evitando o consumismo, o materialismo e o desperdício, como pais, educando nossos filhos, como filhos de Deus, defendendo este planeta maravilhoso, como espíritas, aplicando o evangelho e os conhecimentos espíritas em nossa relação com a natureza.

Em recente palestra você disse que, se todas as nações consumissem como os Estados Unidos o fazem atualmente, seriam necessários cinco planetas Terra para suprir tamanhos consumos. O que propor, então?

É preciso não confundir consumo com consumismo. Nossa vida na matéria exige o consumo para suprir, por exemplo, necessidades de alimentação. Temos de consumir. Mas não precisamos ser consumistas. Isto é, consumir com exagero, impulsivamente. Por outro lado, temos de combater o desperdício. Podemos considerar uma atitude espiritualizada jogar fora comida em um mundo com cerca de 1 bilhão de pessoas passando fome? Temos de consumir apenas o necessário, reinventar usos e ter outro olhar para o que consideramos lixo. É o tripé: reduzir, reutilizar e reciclar. Em 2008, a ONG World Wildlife Fund concluiu que a pegada ecológica global excede hoje algo em torno de 30% a capacidade de regeneração natural do planeta. Desde então, o ritmo não diminuiu. E nesse ritmo, precisaremos, por volta de 2030, de dois planetas para manter nosso estilo de vida. E se toda a humanidade consumir o que os americanos consomem, então precisaremos de cinco planetas. Em várias regiões da Terra, os estragos desse ritmo de consumo estão submetendo milhares de seres humanos a uma vida degradante e miserável. Esse cenário faz parte da Grande Transição, mas é dever ético-espiritual de cada um de nós lutar para mudar esse quadro.

Outra questão ali levantada é a de que por ano perdemos cerca de 1% do solo fértil mundial. Como participar positivamente no sentido de minorar essa realidade?

A perda de solo fértil tem relação direta com a capacidade de produção alimentar da humanidade no futuro. Contudo, em verdade, temos de posicionar esse desafio em um contexto mais amplo, que envolve a degradação e destruição de vários ecossistemas. Infelizmente muitas pessoas não percebem que participam do problema. É importante ter consciência de que construir uma casa sobre o mangue, que comprar um móvel construído com madeira ilegal, que ser consumidor de alimentos que foram produzidos destruindo o solo e as florestas é, sim, fazer parte do problema. Se mudarmos, o sistema muda e o mundo muda junto.

No capítulo II do seu livro você trata do tema: O Sentido de Urgência; Exagero ou Realismo? Em que ponto estamos hoje quanto ao quesito sustentabilidade planetária?

Nos últimos anos tivemos avanços significativos. Mas a questão principal é: o que estamos fazendo é suficiente, considerando que a destruição também continua e o tempo para alguns riscos graves é cada vez menor? O capítulo II traz uma imensa coletânea de dados, estudos e opiniões que demonstram inequivocamente o sentido de urgência, que, aliás, foi um dos aspectos mais ressaltados na Rio + 20.

Acredita que vivemos hoje uma Matrix real?

É uma metáfora bem apropriada e explico a lógica disso no capítulo III do livro. Não há como negar que vivemos em um sistema que impõe um modelo mental individualista, materialista e insustentável. Precisamos despertar e ter um novo olhar para o mundo e a realidade e, nessa senda, o Espiritismo tem contribuições inestimáveis para dar.

Em sua opinião os debates no recente encontro denominado Rio+20 deixam-nos mais confiantes no engajamento das lideranças mundiais com relação à preservação do Planeta?

Ter participado da Rio + 20 foi uma experiência fantástica. Havia um clima de mobilização de pessoas de todo o planeta. Uma verdadeira fraternidade universal. Pudemos nos sentir vibrando na teia da vida. Mas é preciso entender que a aceleração do ritmo de mudanças positivas é promovida com mais destaque pela sociedade civil, pelas pessoas comuns. As autoridades oficiais dos países têm um ritmo mais lento, mais reticente, pois é mais complexo você falar em nome de uma nação inteira que congrega visões de mundo tão díspares e interesses tão contraditórios, alguns dos quais representam setores historicamente ligados à destruição dos recursos naturais do planeta. Mas há esperança, não podemos abdicar dela, mas não pode ser uma esperança passiva. Temos de nos envolver.

Jesus está no leme?

Muito pertinente sua pergunta. Sim, Jesus está no leme do navio terrestre. Não estamos sós, nem cativos de forças do acaso. A espiritualidade está trabalhando forte conosco. Mas lembremos que há leis que regem a vida e somos dotados de livre-arbítrio. Não adianta sermos destrutivos e otimistas. Não haverá mágicas. Se plantarmos pimenta, não colheremos morango. Toda transição exige uma travessia, do antes ao depois. E travessias têm seus riscos. Nossas decisões diárias, no uso do livre-arbítrio, determinaram nossa chegada a este ponto atual e determinarão como será a travessia para o mundo de regeneração. A maioria dos estudiosos ambientais desconsidera a hipótese de mar calmo. Em verdade, já estamos enfrentando tempestades, mas podemos evitar tsunamis. Jesus está conosco, mas estamos ajudando?

Em sua opinião, qual deve ser hoje a essência do debate Ecologia x Espiritismo?

São propostas de vida umbilicalmente interligadas. Ambas ampliam nossa percepção de vida e nos ensinam o respeito ao sagrado, seja da natureza, seja da espiritualidade. Neste momento é importante debater aspectos práticos da Grande Transição, tais como a necessidade de mudança de hábitos destrutivos, os riscos reais desse momento, a preparação para como lidar com alguns cenários e eventos. O processo de espiritualização do ser passa por nos tornarmos melhores em todos os quadrantes da vida, o que inclui aperfeiçoarmos nossa ética de relação com o planeta onde estamos encarnados. Creio que só a espiritualização do ser humano pode libertá-lo da mentira que o sistema nos impõe ao associar felicidade a consumo. A felicidade não depende de consumirmos mais. É um estado de espírito.

O que é pegada ecológica?

É um indicador de sustentabilidade ambiental. O termo foi primeiramente usado pelo ecologista Willian Rees, em 1992. A expressão refere-se à quantidade de recursos naturais necessários para sustentar nosso estilo de vida, considerando todos os recursos materiais e energéticos gastos por uma determinada pessoa ou população. Também tem sido utilizado para medir a sustentabilidade do estilo de vida de produtos, serviços e organizações.

Pode discorrer sobre a Teoria de Medeia e a Teoria de Gaia?

A teoria de Medeia, do paleontólogo americano Peter Ward, afirma que a natureza faz de tudo para nos destruir. Ela se aproxima da visão de mundo do biólogo evolucionista ateu Richard Dawkins que afirma que o universo é indiferente, sem propósito. A teoria de Gaia, do cientista inglês James Lovelock, afirma que a Terra comporta-se como um organismo vivo, com capacidade de autorregulação e autorregeneração. Esta teoria foi um avanço em relação à visão cartesiana de que o planeta e o universo eram como máquinas. Mas mesmo a teoria de Gaia é incompleta, pois descarta a noção de propósito no universo. Por isso, apresentei a teoria de Matergaia no capítulo VIII, onde mostro com base no Espiritismo e na nova Cosmologia que o universo é inteligente, que tem propósito e que a Terra é apenas um dentre muitos planetas em evolução.

Agradecemos e pedimos suas palavras finais.

Há pessoas que preferem não ir ao médico para não descobrirem as doenças que enfermam seu corpo. O livro A Grande Transição da Terra: o sentido de urgência é, digamos assim, um check-up no organismo planetário. Alguns leitores irão se surpreender com certos dados, estudos e previsões científicas e espirituais que demonstram qual a situação da saúde do planeta. Também me surpreendi. Mas o choque pode nos auxiliar no despertar. E pelos relatos que recebo, muitos estão despertando. Espero que muitos mais despertem para os imensos desafios que envolvem a Grande Transição e somem forças para seguirmos juntos, firmes e esperançosos rumo ao futuro.
 
 
Obs: Entrevista concedida à revista O Consolador (Ano 6, n. 286, de 11 de novembro de 2012), disponível em http://www.oconsolador.com.br/ano6/286/entrevista.html  
 
 
 

terça-feira, outubro 30, 2012

A GRANDE TRANSIÇÃO: MAIS ALERTAS.

 
 



                 O capítulo 3 de meu livro A Grande Transição da Terra: o sentido de urgência trata da dinâmica do sistema. Dentre as observações que faço, destaco que sempre que uma contestação ao sistema ganha força, surge a reação. Entre as formas mais comuns de reação está a desqualificação de fatos, estudos e a implantação de dúvida.

                É exatamente o que está acontecendo com as mudanças climáticas. Tenho visto pessoas instruídas com dúvidas sobre fatos óbvios, concretos, comprovados. Esse é um indicativo de que a reação do sistema está tendo êxito.

                Dúvida – quase sempre bem-vinda – no tocante às transformações climáticas é péssima, porque gera mais desconfiança, indiferença e atraso nas mudanças que precisamos fazer.

                Quem já leu o Capítulo 2 de meu livro, entende o sentido de urgência ao qual me refiro no subtítulo da obra. Quem ganha com esta letargia epidêmica?

                O silêncio dos candidatos à presidência dos EUA sobre o aquecimento global e aspectos importantes das mudanças climáticas demonstram sinais claros de retrocesso na condução do assunto.

                Agora, o silêncio foi pelos ares com ventos de mais de 150 km/hora de Sandy, que começou como um furacão dos mais fracos e ainda assim foi espalhando um rastro de destruição pelos países da América Central, inclusive no Haiti, que foi novamente arrasado.

Quando Sandy tocou o solo americano, já nem era furacão, mas – apesar da perda de força – é considerada uma tempestade extratropical sem precedentes no Atlântico Norte com cerca de 1600 quilômetros de diâmetro, que fez o mar subir surrando  as edificações na zona costeira, que continua sendo ocupada desordenadamente em todo mundo, inclusive no Brasil.

                A fúria do mar está provocando ruínas, enchentes e incêndios em várias partes da costa americana. E vejam só, a história se repete: a usina nuclear mais antiga do EUA está no alerta máximo por causa do avanço do mar. E ainda há quem defenda essa perigosíssima fonte de energia.

                Já nas primeiras horas em solo americano faltavam alimentos, combustíveis, energia e transportes, todos paralisados, inclusive o aéreo, que afetou todo planeta. Cidades gigantescas e muito povoadas estão desertas. Hospitais tiveram de ser esvaziados no meio da tormenta, enquanto milhares de pedidos de ajuda não foram ouvidos porque as linhas telefônicas de emergência rapidamente ficaram sobrecarregadas. E, não esqueçamos, estamos falando do país mais poderoso do planeta.

                Na maior potência econômica e financeira do mundo, a Bolsa de Valores – paralisada - está se rendendo às forças da natureza. A primeira estimativa de prejuízos com esta única tempestade só nos EUA é de 20 bilhões de dólares e deve subir.

                Muitos analistas que moram em Nova York afirmam categoricamente que Sandy está tendo um impacto muito maior na cidade do que o ataque terrorista de 11 de setembro. Estamos em guerra, alguns vaticinam.

                Guerra contra quem? Contra a natureza? Temos chances?

                Sandy, neste momento, é apenas um evento que gera experiências de terceiro grau (vide Capítulo 7, de meu livro). Está muito longe de ser um exemplo da força máxima de um evento cataclísmico. Imaginemos, então, eventos que causam as experiências de quarto e quinto grau?

                Convém, nessa senda, não olhar apenas a bola, mas sim o jogo. Sandy é apenas uma pequena peça de um tabuleiro maior, cujos eventos se somam diante de nossa inclemente indiferença. Vejamos: estamos presenciando o aumento de temperatura em várias partes do planeta (setembro último foi o segundo mês mais quente da história, desde que começaram as medições de temperaturas).   Estamos presenciando degelo acelerado no Ártico (mais rápido que a maioria das pesquisas previu) que atingiu seu menor nível histórico e secas recordes em todo mundo, inclusive no Brasil, que novamente enfrenta um salto no aumento do desmatamento da Amazônia, reflexo, entre outras coisas, de retrocessos legais como os que ocorreram no novo Código Florestal. A crise alimentar segue se espalhando, enquanto batemos recordes de emissão de CO² na atmosfera.

                Os dados se acumulam, os eventos se somam, enquanto o tempo se escoa.

                Não estamos condenados a uma transição planetária caótica e apocalíptica. Não, definitivamente não. Mas somos atores neste palco. Nossa omissão tem um preço. E ele está sendo faturado. A conta pode chegar a qualquer momento e todos teremos de pagá-la.

                Alguns incautos dirão: exagero! Eventos de grande destruição como o Sandy não fazem parte da realidade do Brasil e da maior parte do planeta. Não custa lembrar que a Europa nunca tinha sido atingida por um furacão até 2005, quando o furacão Vince a atingiu ferozmente. Da mesma forma, no mesmo ano de 2005, o furacão Catarina mudou a teoria sobre furacões – até então considerados impossíveis no Atlântico Sul – quando arrasou Santa Catarina, pega de surpresa com um evento destruidor daquela dimensão.

                Ah sim! Provavelmente dirão que é o acaso...

                Não é.

 

quarta-feira, setembro 05, 2012

SEGUIR EM FRENTE




“Em toda parte, a palavra é índice de  nossa posição evolutiva. Indispensável aprimorá-la, iluminá-la e enobrecê-la.”

(Espírito Emmanuel, por Chico Xavier)

 

                   Há pessoas que estão sempre prontas para idéias, atitudes e projetos positivos.

                   Mas também há as que destroem. E a grande maioria faz ambas as coisas.

                  Por conta destes, boas intenções, ótimas idéias e projetos fantásticos ficam pelo caminho.  Como o mundo seria um lugar melhor se não houvesse tantas desistências de propostas no bem.

                   Geralmente, pessoas bem intencionadas se melindram facilmente. Às vezes, mesmo críticas construtivas abatem espíritos que acham que o simples fato de estarem bem intencionados é o suficiente para que tudo seja perfeito e todos apenas elogiem suas ações.

                   Não é assim que funciona.

                   Para que uma crítica seja construtiva é necessário que o dono da obra permita a ajuda da crítica na construção. Ou seja, se o dono da obra – seja ela uma idéia ou um projeto – não permite a ajuda na construção, nenhuma crítica será construtiva.

                   Portanto, temos de nos preparar para as críticas. E isso só se faz com humildade, com a consciência de que somos Espíritos em evolução e, portanto, imperfeitos e que é natural que falhemos. Cônscios disso, receberemos as críticas com humildade. Fora disso, travaremos batalhas de egos.

                   Naturalmente, há destruidores que se fingem de construtores e atacam idéias e projetos sob a alegação de que são portadores de críticas construtivas. Não faltam os que desestimulam, os que ironizam, nem aqueles que só cobram e os especialistas em criar dificuldades.

                   São também nossos professores, porque a lição pode vir do que não devemos fazer.

                   Se tens uma ótima idéia, um projeto brilhante, segue em frente, ainda que com o gosto amargo da decepção. Esta cederá com a sagrada sensação do dever cumprido. Deus nos fez co-criadores, responsáveis pela realidade. Esta é um reflexo do que somos, do que fazemos. Por isso,      cada idéia, atitude ou projeto que agregue valores positivos em prol da humanidade deve ser levado em frente.

                   Sim, o mal se manifesta na forma de vários interesses. E estes movem grandes engrenagens para obstruir o bem. Esse é um fato óbvio na matéria e não é diferente no plano imaterial.

                   Deus nos convoca a belos projetos, mas é um convite para lutas e não para um deleite ocioso. Por isso, mesmo idéias, atitudes e projetos que visam a melhoria na vida de muitas pessoas ou a preservação do planeta encontram grande resistência, ataques e inimigos ferozes.

                   É um jogo de forças.

                   Não podemos ceder.

                   O bem tem de prevalecer, ainda que saiamos feridos pelos espinhos do caminho.

                   E o caminho só se ilumina com a soma das luzes de nossas velas.

                   Por isso, se foste convocado a colaborar com a melhoria do mundo, toma teu lugar na luta e vai à batalha.

                   Descansa, na fadiga, mas não desistes.

                   Convém seguir em frente.     

                   Não estais só.

                   Muitos estão prontos para te proteger e resgatar.

                   O Cristo nos lidera.

                   E isso basta.

 

sábado, julho 14, 2012

A GRANDE TRANSIÇÃO: LANÇAMENTO DO LIVRO

Depois do lançamento do livro em Belém, estaremos realizando o lançamento do livro A Grande Transição da Terra: o sentido de urgência no Rio de Janeiro (dia 20, 17:00 horas, Fundação Casa de Rui Barbosa) e em Juiz de Fora (dia 22, 13:00 horas, Hotel Serrano).
Durante o período também farei palestras promovidas pelo Instituto de Educação do Ser e com a ótima companhia de Érika Pires Ramos, estudiosa que combina tão bem espiritualidade, direitos humanos e meio ambiente.
Mais informações no sítio:


Todos estão convidados.
Fraternal abraço,


terça-feira, maio 22, 2012

ENTREVISTA: A GRANDE TRANSIÇÃO DA TERRA

Abaixo, segue transcrição integral da entrevista concedida ao sítio da Lúmen Editorial sobre o livro A Grande Transição da Terra: o sentido de urgência.





Denis Gleyce Pinto Moreira, ou simplesmente Denis Moreira, traz na bagagem um vasto currículo. Formado em Direito pela Universidade Federal do Pará, aprovado em vários concursos, hoje é advogado da União na Categoria Especial. É o atual coordenador geral do grupo de Integração da atuação judicial na defesa do meio ambiente e da regularização fundiária na Amazônia Legal - G. Amazônia, com ampla atuação no combate de ilícitos ambientais e fundiários em toda a Amazônia Legal. É casado e tem dois filhos.
Mas Denis ainda encontra tempo para se dedicar à pesquisa e ao estudo da Doutrina Espírita. Ex-voluntário do CVV (Centro de Valorização da Vida), atualmente trabalha, também voluntariamente, na ONG Sociedade Alternativa e no Grupo Amor e Caridade, além de ser o autor do blog Visão Espírita.
Agora, Denis lança seu primeiro livro pela Lúmen Editorial: A Grande Transição da Terra - o sentido de urgência, obra de fôlego que traduz em suas páginas as características de sua personalidade: seriedade, compromisso com o semelhante e com Deus. Uma obra para ler, estudar e aprender.




Site - Denis, por que escolheu o tema transição da Terra para fazer esse estudo?


Denis Moreira - Há muitos anos estudo tendências. Há mais de uma década que montei uma vasta biblioteca multidisciplinar para entender as transformações que estão em curso. O auge de meus estudos multidisciplinares coincidiu com uma série de mensagens do plano espiritual tratando da transição planetária. Imediatamente percebi que as tendências que estudava se referiam a este grande período de transformações. Percebi que as muitas informações do plano espiritual podiam ser comparadas, complementadas e confirmadas por várias áreas do conhecimento. Foi então que me propus a fazer o elo entre espiritualidade e ciência, integrando-os para melhor entender a realidade. Por outro lado, no meio espírita o tema Grande Transição tem sido abordado com foco predominantemente espiritual. Ao trazer uma extensa coletânea de informações de outros saberes, penso que este livro permite ao leitor ter uma visão geral, mais profunda e mais realista do que está realmente acontecendo e das tendências de futuro, permitindo-lhe exercitar a tríade de ouro: refletir, preparar-se e agir.




Site - Atualmente observamos diversas ideias e conceitos sobre o fim do mundo, calendário Maia, etc. Qual sua visão sobre o fim do mundo?



Denis - A Astronomia cogita que a Terra, enquanto corpo celeste, deve chegar ao seu "fim" daqui a cerca de 5 bilhões de anos, quando o Sol colapsar para tornar-se uma estrela anã branca, inviabilizando a vida no planeta. Parece-me tempo suficiente para não nos preocuparmos agora com o "fim". O fim que prevejo é de nossos mundinhos ilusórios, centrados no orgulho e no egoísmo. Dedico um capítulo inteiro do livro para explicar isso. Na medida em que as várias crises convergentes atingirem seus ápices, entenderemos na prática o que significa interdependência de tudo e de todos. Precisaremos sair de um modelo mental individual e materialista para um modelo mental coletivo, sustentável e espiritualizado. Em verdade, essa transição já está em curso. Por isso, vemos tantas pessoas sofrendo com o fim trágico de seus mundinhos. A soma integrada e interdependente desses vários fatos e fenômenos revela um fim de ciclo e o início de outro. E é disso que fala o calendário Maia. Não de fim do mundo, mas de mudança de ciclo evolutivo, que no Espiritismo dá-se o nome de Grande Transição Planetária.



Site - Como será a formação do planeta de regeneração que o Espiritismo apregoa em sua literatura?



Denis - A lei de progresso revela algo grandioso. Enquanto a teoria evolutiva de Darwin limita-se a explicar a evolução das espécies, a lei de progresso demonstra que tudo evolui: o universo, os planetas, as humanidades, os indivíduos, a espiritualidade. É preciso, pois, situar a evolução da Terra neste contexto mais amplo. Portanto, essa transformação do planeta já começou há tempos e provavelmente precisará de muito tempo para se consolidar. O interessante, no entanto, é que já podemos experimentar um pouco desse mundo transformado aqui e agora. Basta você acompanhar os projetos de um grande centro de pesquisa tecnológica como Massachusetts Institute of Technology - MIT (EUA) e entenderá que futuro nos espera, basta visitar cidades totalmente ecológicas como Masdar City (nos Emirados Árabes Unidos) que vai sentir superficialmente de que mundo falam os Espíritos Superiores. Mas estes ainda são arremedos do futuro, pontos isolados e incompletos do porvir. Há muito a ser conquistado e feito. E depende de nosso empenho, criatividade e mobilização. De qualquer forma, não chegaremos a um mundo regenerado em viagem de cruzeiro. Toda transição exige uma travessia, do antes ao depois. E travessias têm seus riscos. Os longos anos de estudos demonstram de forma categórica e fundamentada que temos grandes riscos pela frente. Vários capítulos do livro cotejam, esmiúçam e esclarecem previsões espirituais, científicas e progressões de memória com o que está acontecendo e com as tendências de futuro. Mais que isso, dedico capitulo inteiro para organizar didaticamente os vários graus de experiências que já estamos vivendo durante a grande transição. Quem o lê vai perceber o quão complexa é a realidade e o tamanho dos desafios à frente.




Site - Uma parte da população mundial efetivamente irá reencarnar em outro planeta mais atrasado para impulsioná-lo em seu desenvolvimento?



Denis - Há muitos registros dessa migração coletiva na literatura espírita. E ela já está acontecendo. É a lei da solidariedade universal, que viabiliza o intercâmbio de humanidades e o progresso recíproco. Muitos voltarão à matéria em mundos primitivos, equivalentes ao que já foi a própria Terra no início da história da humanidade. Mas é importante também pensar no contraponto da pergunta. Ou seja, muitos de nós voltaremos a reencarnar neste planeta. Muitos de nós comporemos as próximas gerações. Que planeta encontraremos? Como ninguém sabe aonde vai reencarnar, quem hoje não sofre diretamente e tampouco se importa com a crise sócio-ambiental, pode reingressar na matéria, daqui a décadas - por exemplo - em uma zona gravemente afetada por furacões, por secas, por enchentes, por ondas de calor ou por guerras civis causadas pela escassez de água e/ou alimentos. A indiferença é uma escolha nada inteligente, diria perigosa.




Site - O que podemos fazer, individual e coletivamente, para ajudarmos na transformação da Terra para o bem?



Denis - Em singelo exercício da maiêutica socrática, vamos construir a resposta à sua relevante pergunta a partir de novos questionamentos: estamos transformando conhecimento espírita em práticas saudáveis? Quantas horas de nosso dia são dedicadas para melhorar o mundo? Exercitamos a cidadania em sua plenitude, com o voto consciente, com o repúdio à corrupção, às leis, com o zelo ao bem público, com o respeito aos mais velhos, às crianças e aos socialmente vulneráveis? Somos bons empregados e empregadores, profissionais que dão o melhor de si em favor daqueles que precisam de nossas habilidades, conhecimentos e serviços? Nos conduzimos de forma pacífica no trânsito e em sociedade? Evitamos o consumismo, o excesso e o desperdício? Temos compromisso com a proteção do meio ambiente? Somos apegados aos bens materiais, ao lucro, ao prazer hedonista, ainda que ao preço do sofrimento alheio? Somos capazes de renunciar a benefícios, de fazer sacrifícios pessoais em prol do próximo e da coletividade? Servimos rotineiramente ao próximo com trabalho voluntário? Usamos nossos talentos e criatividade apenas em benefício próprio ou em prol de um mundo melhor, mais justo e solidário? Cultivamos o amor cristão dentro de nosso lar, de nossa família, exercitando o perdão, o amor desinteressado, a tolerância e a paciência? Somos instrumentos de paz ou de discórdia e desamor? Jesus fala que os mansos possuirão a Terra. Quantos mansos conhecemos? O livro dedica-se a convencer o leitor que a transformação não virá com boas intenções. Virá com atitudes. Precisamos transformar conhecimento em prática, valores em ações. Precisamos promover uma mutação do modelo mental vigente. Sairmos do modelo mental individual e materialista para um modelo mental coletivo, sustentável, espiritualizado. Em verdade, devemos acordar todos os dias com esta pergunta na mente e no coração. O que podemos fazer? Convém transformar cada dia em oportunidade de semear, posto que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. As pessoas de bem precisam substituir a apatia, a perplexidade e as boas intenções pela ação. Só assim avançaremos de forma mais serena e segura na construção de um planeta de regeneração.



A entrevista está disponível no sítio seguinte:




http://www.lumeneditorial.com.br/Entrevista_Detalhes.aspx?id=406




terça-feira, maio 01, 2012

PUBLICADA A GRANDE TRANSIÇÃO DA TERRA: O SENTIDO DE URGÊNCIA.




Queridos leitores, é com serena felicidade que noticio que meu livro A Grande Transição da Terra: o sentido de urgência já está publicado pela Lúmen Editorial.
Foi mais de uma década de estudos e pesquisas que culminou com esta obra.
Ela trata do momento de transformações em nosso planeta. Agrega rica combinação da visão espírita com colaborações de estudos multidisciplinares, dando-lhe o devido calço científico e racional, que a diferencia de outras obras que se debruçam sobre a mesma temática.
Trata-se, pois, de livro pensado, maturado no silêncio das reflexões e no calor dos impactantes eventos que marcam esta época e, por isso, destinado a ser parâmetro de profícuos debates daqueles que têm amor ao estudo, a razão e compromisso com o processo de espiritualização da humanidade.
A obra está chegando nas principais livrarias do país e já pode ser adquirida no sítio da Lúmen Editorial, no seguinte endereço:


Toda renda que me couber como autor será doada em prol da evangelização e educação infantil em Belém do Pará.
Espero que gostem, divulguem e ela seja importante na grande transição pessoal de cada um de vocês.

Fraternal abraço,

O autor.

sábado, abril 21, 2012

TUDO TEM UMA HISTÓRIA.



Tudo tem uma história e há histórias que todos deveriam conhecer.
Este vídeo, famoso em todo mundo, consegue descortinar de forma lúdica o sistema vigente e as crises convergentes, que trato no meu livro.
Para quem acha que não dá causa ou não está sendo afetado pelos problemas deste planeta, esse vídeo lhe fará repensar a respeito do assunto.
Antes de começar a vê-lo pergunte-se: pode uma pessoa de bem viver produzindo o mal?
Após vê-lo, questione-se: onde estou nesta engrenagem?

domingo, abril 15, 2012

A ÚLTIMA HORA



O documentário A Última Hora, produzido e narrado pelo ator Leonardo DiCaprio, é daqueles que põem seus sentimentos e pensamentos em ebulição, sem tons apocalípticos ou concessão a ingênuo otimismo.
Ancorado por depoimentos de cientistas prestigiados, conecta dados a imagens incríveis.
Para quem acha que a transição planetária é uma fantasia, convém tangenciar suas "verdades" intocáveis e refletir sobre a gravidade do momento.
Afinal, a decisão sobre a última hora de nosso futuro está nas mãos dessa geração.

domingo, abril 08, 2012

O RISCO BIOSFERA



Edward O. Wilson é um dos pesquisadores mais respeitados no tocante à biosfera. Em 1995, foi considerado uma das 25 pessoas mais influentes  da América pela revista Time.
Por seu belo trabalho, foi agraciado com várias honrarias científicas e conservacionistasdentre as quais o prêmio Crafoord em 1990, uma medalha nacional de ciência dos EUA em 1976 e nada menos que dois badalados prêmios Pulitzers.
É este cientista de renome que fala um pouco sobre os riscos à biosfera, sobre os Espíritos encarnados estão fazendo com a vida em nosso lindo planeta azul e de certa forma explica porque precisaremos realmente de uma grande regeneração.

domingo, abril 01, 2012

A VINGANÇA DE GAIA



Outro cientista de escol que merece atenção pelo seu histórico de contribuições científicas e pela fundamentação técnica dos alertas que faz é o inglês James Lovelock.
Pode-se afirmar que a percepção do planeta Terra divide-se em antes e depois de Lovelock, autor da teoria de Gaia, que afirma que nosso planeta comporta-se como um organismo vivo, capaz de se autoregular.
Suas previsões dão contornos bem claros à transição planetária.
Seu último livro A Vingança de Gaia convoca a humanidade a preparação para uma transição nunca vista.
É uma voz que tem autoridade e merece respeito.


O RISCO DE TENDÊNCIAS AUTODESTRUTIVAS



Jared Diamond está no seleto rol de pensadores mundialmente respeitados.
É biologo, biogeografo, historiador e escritor vencedor do desejado Prêmio Pulitzer. Em seu último livro Colapso, trata da tendência autodestrutiva de civilizações do passado e da atual civilização.
É dos pensadores e estudiosos que falam em linguagem científica da transição pela qual o planeta está passando.
Merece atenção.

quinta-feira, março 29, 2012

CHEGOU A HORA DE ACORDAR




Estamos às vésperas do lançamento do livro A Grande Transição: o sentido de urgência.
Embora tenha como prisma a visão espírita, é um livro multidisciplinar.
Foi construído a partir da combinação teórica dos principais pensadores da atualidade.
Por isso, em preparação ao adequado entendimento da obra, postarei nas próximas semanas alguns vídeos desses pensadores, que estão no mencionado livro e que vão fazer você pensar no que está acontecendo no planeta.
Começo postando uma palestra fantástica de André Trigueiro, jornalista da Globo News e da CBN, escritor de sucesso. É - para fazer justiça - um dos pioneiros em conectar o Espiritismo à Ecologia e fez como ninguém, com o talento que lhe tornou um dos âncoras do jornalismo nacional, multipremiado.
Não perca tempo, assista e reflita.
Em paz, sigamos em frente.







segunda-feira, janeiro 30, 2012

SINTONIA E CRIAÇÃO



“Energia viva, o pensamento desloca, em torno de nós, forças sutis, construindo paisagens ou formas e criando centros magnéticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros. Nosso êxito ou fracasso dependem da persistência ou da fé com que nos consagramos mentalmente aos objetivos que nos propomos alcançar.”

(Afinidade e Sintonia – Espírito Emmanuel)

Há uma cena do filme Nosso Lar que se destaca – com louvor – quanto ao livro. É que a imagem em certas situações realmente permite vivências mais ricas do que a palavra. Refiro-me ao trecho do filme em que o Espírito de André Luiz volta à sua casa na Terra. Ele descobre que sua esposa agora tem outro consorte e seus filhos um padrasto. Perplexo, rapidamente seu coração se turva e sua mente é impregnada de pensamentos poderosamente negativos. E ai o detalhe sutil que o filme permite-nos vivenciar. De repente o cenário muda e André Luiz vê-se novamente no Umbral, respirando no ambiente psíquico equivalente à sua sintonia mental, repleto de insânia, rebeldia, maldade e dor.

É a lei de sintonia. Afinal, é pelos pensamentos e sentimentos que criamos o mundo ao nosso redor, o universo por onde transitamos, o céu ou o inferno onde respiramos. O Espírito Emmanuel assinala:

“Nos mais simples quadros da natureza, vemos manifestado o princípio da correspondência. Um fruto apodrecido ao abandono estabelece no chão um foco infeccioso que tende a crescer, incorporando elementos corruptores. Exponhamos a pequena lâmina de cristal, limpa e bem cuidada, à luz do dia, e refletirá infinitas cintilações do Sol.

Andorinhas seguem a beleza da primavera. Corujas acompanham as trevas da noite. O mato inculto asila serpentes. A terra cultivada produz o bom grão. (...)”

A dinâmica da lei de sintonia é simples. Você atrai aquilo que já existe em seus sentimentos e pensamentos. Neste mar de energias invisíveis não são os opostos que se atraem, mas sim os semelhantes.

O bem atrai o bem e o mal atrai o mal.

Quando pensamos emitimos ondas que têm determinada freqüência. Nessa freqüência mental encontraremos outras mentes, que habitam no plano espiritual. É quando se dá a interação entre os encarnados e desencarnados.

A mãe que derrama afeto ao seu rebento enfermo gera um padrão de freqüência mental bem diferente do meliante que está de tocaia preparando-se para o assassínio. Ambas as mentes estão interagindo com planos de vida espiritual. A mãe atrai Espíritos benfazejos para auxiliá-la nas transfusões de fluidos curativos, da mesma forma que o criminoso está devidamente assessorado por miríades de Espíritos que têm valores morais similares aos seus e o incentivam mentalmente para seguir em frente com seu desvairo.

Na freqüência mental elevada da mãe, Espíritos pouco evoluídos não têm acesso e ela encontra-se naturalmente protegida de más influências. Já quando uma pessoa está impregnada de raiva, de ódio, de rancores, de desejos de vingança, mesmo quando Espíritos protetores tentam influenciá-la, por vezes encontram uma mente tão perturbada nesse inferno mental que não conseguem obter êxito, pelo que aguardam um momento mais oportuno para intervenção, respeitando o livre arbítrio de cada criatura.

Diga-me com quem andas e te direi quem tu és, ensina o ditado popular. No Espiritismo aprendemos a inversão desta lógica: diga-me quem tu és, que te direi com quem andas.

É uma lição simples e talvez por isso tão negligenciada.

Espiritualizar-se é também aprender a educar nossos pensamentos e sentimentos. Eles sempre estão sendo bombardeados por fatores internos e externos que provocam reações, às vezes inconscientes. Por isso, é impossível não sentir raiva, decepção, tristeza e por vezes sentimentos ainda mais pesados diante de certas situações. Contudo, esses estados d´alma devem estar de passagem rápida. Ter um impulso inicial, reativo, é natural. O erro é deixá-los hóspedes ou proprietários de nosso coração e mente.

Tal como André Luiz, já espiritualizado, é imprescindível domá-los e retomar o controle, o equilíbrio. É o que mostra o filme nas cenas seguintes, que para mim são o ponto alto da película. André retempera-se e equilibrado, dono de si, retorna ao lar para vivenciar momentos emocionantes que tocaram milhares de leitores e espectadores.

Assim é a própria vida. Quando perdemos o nosso controle é a própria vida que caminha trôpega, vacilante, desorientada, ora atrapalhada, ora colidindo, ora descarrilando, não raro deixando um rastro de confusão, estragos e sofrimentos.

Lado outro, se cultivamos estados mentais positivos, alegres, de esperança, generosidade e bem querer, automaticamente usufruímos os benefícios da leveza íntima, de serena paz e sutil felicidade.

Vivemos, portanto, em nossas criações. E se o nosso entorno anda ruim é porque nosso íntimo não está nenhum paraíso.

Nada que – com sincero esforço – não se possa mudar.

Basta sentir, pensar e agir por uma vida melhor.