“E falando eles destas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco.
E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito.
E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais dúvidas aos vossos corações?”.
Lucas 24: 36,38
Nas últimas semanas, a filmagem de um “vulto” no interior do Pará ganhou as rodas de conversas em todo Estado e agora do mundo, após ter sido postada no sitio do Youtube ( http://www.youtube.com/watch?v=Ba6oiZdL-7E ) e já está entre os mais acessados da semana.
Verdade? O fenômeno é legítimo?
O cidadão comum e os especialistas logo se apressam para opinar, seja para negar ou validar a imagem, conforme conveniências, crenças, pesquisas ou mero exercício de ignorância.
Antes de enfrentar a questão, façamos uma conexão com a periferia de Genebra, na Suíça, onde fica localizado o maior laboratório de física da Europa, o Cern. O que aquela pacata periferia tem haver com o bucólico interior paraense? Pouco ou nada, mas ajuda a entender a apropriação da verdade e o modelo vigente que influencia nossa forma de pensar e de ver o mundo.
Após 14 anos de construção, no dia 10 de setembro de 2008 foi colocado em funcionamento – com direito a efusiva comemoração - o maior acelerador de partículas do mundo: o LHC, que fica a cerca de 100 metros abaixo da terra, entre a França e Suíça, e tem 27 quilômetros de perímetro. Sua construção custou a bagatela de 8 bilhões de dólares, investimento de dinheiro público. Entre seus principais objetivos está a busca pelas particulares elementares, notadamente a chamada partícula bóson de Higgs, comumente chamada “Partícula de Deus”, porque estaria no início da criação do universo, o Big Bang, e explicaria vários fenômenos relacionados ao evento.
O problema é que esta partícula só existe – até agora - no mundo das hipóteses matemáticas do físico inglês Peter Higgs, acolhida com entusiasmo no meio científico. Se a “Partícula de Deus” não der o ar de sua graça no modernoso acelerador de partículas, a física terá de repensar algumas de suas explicações e, quiçá, de suas teorias. Mas nada que infirme sua credibilidade, nem a fé de seus sacerdotes da lógica.
O que é muito curioso – e caricato – é que os físicos crêem na existência da “Partícula de Deus” sem nunca terem tido qualquer prova dela, senão nas equações. Nada demais se os físicos não estivessem entre os cientistas mais céticos, geralmente ateus, pois rejeitam a existência do espírito, já que ele “nunca foi provado”. A rigor, não é justo classificar os físicos como céticos, afinal eles têm uma lista grande de crenças sem comprovação palpável: buracos de minhoca, buracos negros e matéria escura, por exemplo, estão entre as teorias que não têm comprovação rigorosamente científica. Existem no mundo das equações e hipóteses. Por favor, não peça a um físico uma foto de um buraco de minhoca, nem uma grama de matéria escura...Mas eles crêem firmemente que elas existem e se eles dizem que elas existem, lá vai o povo – como marcha de boiada – seguindo e acreditando.
Esta é uma dimensão da verdade. Vejamos a outra.
A imagem filmada próximo a um igarapé no Pará logo foi conceituada, pejorativamente, de “vulto”. Afinal, quando a questão escapa da ignorância, logo tropeça no preconceito. Mas, se etimologicamente a qualificação não está errada, conceitualmente ela é retrograda diante dos estudos que existem sobre o Espírito. Pior que isso, é ouvir a já desgastada e pobre explicação quevediana, de religiosos transvertidos de parapsicólogos, de que a imagem nada mais é do que “uma projeção do subconsciente”. Esta estultice não merece resposta.
Mas a lógica da percepção dos fatos merece reflexão. Houve uma apropriação da verdade pela Ciência materialista e ela influencia o nosso modo de pensar. No mundo de hoje, a Ciência valida o que lhe interessa, com pesos e medidas diferentes. Investimentos bilionários são feitos todos os dias para atestar teorias. Muitas delas acabam sem qualquer comprovação. Outras, ainda que nesta situação, continuam sendo validadas com pomposos rituais de fé por cientistas de renome no mundo todo. E nós acreditamos porque é a Ciência que afirma.
Ocorre que o mundo científico é hermeticamente materialista. A maioria dos cientistas nega a existência do espírito.
A descrença da Ciência impõe a nossa descrença.
Se um cientista diz que é impossível, a questão está fechada, resolvida. Ninguém duvida, não há questionamentos. As pessoas repetem, sem o mínimo de exame crítico, negativas que não são suas.
Ninguém quer se sujeitar a parecer ridículo, quando a desqualificação vem de uma cátedra acadêmica.
Eles se dão ao luxo de acreditar naquilo que não pode ser visto, nem sobre o qual ainda não há provas.
As pessoas comuns não têm esse direito. Mais que isso. Mesmo diante de uma prova cabal, não há direito a questionar a verdade científica, que bem poderia ser qualificada como dogma.
Curiosamente acreditam na existência da partícula de bóson Higgs, mesmo que ela ainda não tenha aparecido nem no LHC, nem em alguma filmagem no interior do Pará.
Mas, se um espírito é registrado vira escândalo. É fraude. Impossível. Isso não existe. Outros alertam: é coisa do demônio. Os cientistas dão de ombro: isso é crendice, não objeto para pesquisa científica.
O cuidado é bem-vindo. Há, realmente, muita fraude e bobagens relacionadas ao assunto. Contudo, as negativas generalizadas são tolas, para além de inúteis.
Nos últimos meses, alguns amigos têm me trazido fotos com supostas imagens de espíritos. De todas que vi, apenas uma tem característica de transfoto. As outras pareciam mais reflexos de mau enquadramento e de luzes. O fato é que com o uso disseminado de aparelhos de celular com recursos cada vez mais sofisticados de foto e filmagem, o mundo espiritual tem se revelado com mais abundância. Na internet, há alguns registros interessantes, mas sem controle de qualidade. Este é feito com rigor científico na transcomunicação instrumental, onde há técnicas para o contato com o mundo espiritual. Neste meio, a filmagem de espíritos é rotina. As provas são abundantes.
Mas a verdade imposta pela Ciência materialista exige que mesmo vendo, não acreditemos. Os donos da verdade estão sempre prontos para a desqualificação, para a mentira, para o abafa.
Na periferia de Genebra, na Suíça, uma elite de cientistas continua a postos à procura da “Partícula de Deus”. No interior do Pará, três jovens matutos já encontraram a verdadeira “Partícula de Deus”: o espírito eterno.
Confirma-se assim a tradição judaica: “Deus está em toda a parte, mas o homem somente o encontra onde o busca”.