domingo, agosto 28, 2011

ENCONTRO DE GIGANTES: CHICO E PIETRO


 
“Descer, auxiliando, para subir com a exaltação do Senhor.”

Espírito de Francisco de Assis





Há exatos 60 anos, em 17.08.1951, o grande filósofo e escritor espiritualista húngaro, Pietro Ubaldi foi a Pedro Leopoldo conhecer Chico Xavier, o homem que tinha profetizado 17 anos antes a sua vinda para o Brasil. Pietro, autor de A Grande Síntese - uma das obras espirituais mais festejadas de todos os tempos, inclusive por Einstein – ficou muito impressionado com o movimento espírita no Brasil. Na ocasião, recebeu pela abençoada psicografia de Chico uma mensagem de Francisco de Assis que décadas depois ainda merece ser lida e que ora oferto aos que enfrentam seus sofrimentos e desafios, sem deixar de semear:



“Pedro,

O calvário do Mestre não se constituía tão somente de secura e aspereza...

Do monte pedregoso e triste jorravam fontes de

água viva que dessedentaram a alma dos séculos.

E as flores que desabrocharam no entendimento do ladrão e na angústia das mulheres de Jerusalém atravessaram o tempo, transformando-se em frutos abençoados de alegria no celeiro das nações.

Colhe as rosas do caminho no espinheiro dos testemunhos...

Entesoura as moedas invisíveis do amor no templo do coração!...

Retempera o ânimo varonil, em contato com o rócio divino da gratidão e da bondade!...

Entretanto, não te detenhas. Caminha!...

É necessário ascender.

Indispensável o roteiro da elevação, com o sacrifício pessoal por norma de todos os instantes.

Lembra-te, Ele era sozinho! Sozinho anunciou e sozinho sofreu.

Mas erguido, em plena solidão, no madeiro doloroso por devotamento à humanidade, converteu-se em Eterna Ressurreição.

Não tomes outra diretriz senão a de sempre.

Descer, auxiliando, para subir com a exaltação do Senhor.

Dar tudo para receber com abundância.

Nada pedir para nosso EU exclusivista, a fim de que possamos encontrar o glorioso NÓS da vida imortal.

Ser a concórdia para a separação.

Ser luz para as sombras, fraternidade para a destruição, ternura para o ódio, humildade para o orgulho, bênção para a maldição...

Ama sempre.

É pela graça do amor que o Mestre persiste conosco, mendigos dos milênios, derramando a claridade sublime do perdão celeste onde criamos o inferno do mal e do sofrimento.

Quando o silêncio se fizer mais pesado ao redor de teus passos, aguça os ouvidos e escuta!

A voz Dele ressoará de novo na acústica de tua alma e as grandes palavras, que os séculos não apagaram, voltarão mais nítidas ao círculo de tua esperança, para que as tuas feridas se convertam em rosas e para que o teu cansaço se transubstancie em triunfo.

O rebanho aflito e atormentado clama por refúgio e segurança.

Que será da antiga Jerusalém humana sem o bordão providencial do pastor que espreita os movimentos do céu para a defesa do aprisco ?

É necessário que o lume da cruz se reacenda, que o clarão da verdade fulgure novamente, que os rumos da libertação decisiva sejam traçados.

A inteligência sem amor é o gênio infernal que arrasta os povos de agora às correntes escuras e terrificantes do abismo.

O cérebro sublimado não encontra socorro no coração embrutecido.

A cultura transviada da época em que jornadeamos, relegada à aflição, ameaça todos os serviços da Boa Nova, em seus mais íntimos fundamentos.

Pavorosas ruínas fumegarão, por certo, sobre os palácios faustosos da humana grandeza, carente de humildade, e o vento frio da desilusão soprará, de rijo, sobre os castelos mortos da dominação que, desvairada, se exibe, sem cogitar dos interesses imperecíveis e supremos do espírito.

É imprescindível a acepção. A luz verdadeira procede do mais alto e só aquele que se instala no plano superior, ainda mesmo coberto de chagas e roído de vermes, pode, com razão, aclarar a senda redentora que as gerações enganadas esqueceram.

Refaze as energias exauridas e volta ao lar de nossa comunhão e de nossos pensamentos.

O trabalhador fiel persevera na luta santificante até o fim.

O farol do oceano irado é sempre uma estrela em solidão.

Ilumina a estrada, buscando a lâmpada do Mestre que jamais nos faltou.

Avança... Avancemos...

Cristo em nós, conosco, por nós e em nosso favor, é o Cristianismo que precisamos reviver à frente das tempestades, de cujas trevas nascerá o esplendor do Terceiro Milênio.

Certamente, o apostolado é tudo. A tarefa transcende o quadro de nossa compreensão.

Não exijamos esclarecimentos.

Procuremos servir.

Cabe-nos apenas obedecer até que a glória Dele se entronize para sempre na alma flagelada do mundo.

Segue, pois, o amargurado caminho da paixão pelo bem divino, confiando-te ao suor incessante pela vitória final.

O Evangelho é o nosso Código Eterno.

Jesus é o nosso Mestre Imperecível.

Subamos, em companhia Dele, no trilho duro e áspero.

Agora, é ainda a noite que se rasga em trovões e sombras, amedrontando, vergastando, torturando, destruindo. . . Todavia, Cristo reina e amanhã contemplaremos o celeste despertar”.

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